Uma multidão de fieis participou das cerimônias nesta Sexta-Feira Santa em Oeiras, 03 de abril. Logo cedo os católicos estiveram presentes na confissão comunitária, na Igreja Catedral, às 08h, presidida pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Vitória, Pe. Kleyton Vieira. À tarde a celebração da Paixão do Senhor teve início às 17h, com liturgia da Palavra, Adoração a Santa Cruz e Comunhão geral dos fieis. Em seguida os devotos deixaram o interior da catedral e presenciaram a cerimônia do Descimento da Cruz, acompanhando logo após a procissão do Senhor Morto pelas ruas do Centro Histórico de Oeiras. O Sermão do Descimento da Cruz foi proferido pelo Pe. Edvaldo Pereira, da Área Pastoral de São Miguel do Fidalgo – Diocese de Oeiras.
A Sexta-Feira Santa é também chamada de “Sexta Feira da Paixão”, dia em que os cristãos fazem memória à crucificação de Cristo. Nesta data ocorrem diversos rituais religiosos. A Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem algum tipo de penitência, como jeju m e a abstinência de carne ou qualquer ato que se refira ao prazer. Procissões e reconstituições da Via Sacra são alguns dos rituais mais difundidos. É comum que os Católicos façam promessas nesse dia, além de deixar de comer seu alimento preferido, ou até mesmo deixar de fazer coisas que gostam muito nesse dia, como penitência.
Em Oeiras essa tradição tem aproximadamente duzentos anos, momento celebrativo que atrai milhares de pessoas a Primeira Capital do Piauí, que tem o título de “Capital da Fé”. Pessoas vindas de diversas comunidades, das cidades vizinhas e distantes, de outros estados, bem como oeirenses ausentes, visitam a cidade nessa época do ano, pois simboliza o encontro de todos os oeirenses com suas raízes mais profundas.
Em sua fala no Sermão do Descimento da Cruz, o Pe. Edvaldo Pereira convocou os fieis de forma bem serena, a contemplarem o Mistério da Paixão do Senhor, olhando para Jesus sem perder a direção, como homens e mulheres de fé.
No final do Sermão, a imagem do Senhor Morto, fixada no adro da Igreja Catedral, foi retirada solenemente por homens da comunidade, representando José de Arimatéia e Nicodemos, amigos de Jesus; ao som da marcha fúnebre, executada pela banda Santa Cecília. Colocada em um esquife, a imagem do Senhor Morto e a imagem de Nossa Senhora das Dores, foram levadas em procissão pelas ruas de Oeiras, parando cinco vezes, onde a Verônica (Maria Beú), interpretada neste ano, pela jovem Daina Albuquerque, entoou o canto de lamentação do servo sofredor.
Participaram também como personagens da procissão, doze homens da comunidade, representando os discípulos de Jesus, além de outras jovens que simbolizavam Maria Madalena, Maria de Cléofas e Salomé, que no caminho do calvário estiveram com a mãe de Jesus. Milhares de pessoas acompanharam a procissão pelo centro histórico, retornando a Igreja catedral, para visitação e esmolas.