Temos um advogado junto ao Pai

Compartilhe:

 

 

Quem nunca julgou ou foi submetido a algum tipo de julgamento? Quem nunca esteve na mira dos comentários maldosos dos outros? Quem nunca foi colocado à prova por meio de uma fofoca, de uma conversa ou de uma mentira? Quem nunca ferveu de raiva por uma calúnia ou difamação?

Não tem coisa pior, na vida, do que a sensação, o sentimento ou a situação de vulnerabilidade, diante da tênue linha entre a verdade e a mentira, entre o dito e o não dito, entre o revelado e o escondido… Nessas horas experimentamos o grande abandono, como o que Jesus expressou no alto da cruz: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonastes?” (Mc 15,34).

Não são, somente, os outros que nos julgam. Nós, também, nos julgamos. E, as vezes, com um julgamento muito mais severo e pesado. O sentimento de culpa nos coloca, o tempo todo, no banco dos réus; muitas vezes empurrando para o suicídio.

O bom mesmo é o respaldo da consciência que, leva ao arrependimento e à conversão. A boa consciência é formada por valores e princípios. Mas, se não alimentamos a nossa consciência com valores e princípios, somos afligidos, o tempo todo, pelo auto julgamento severo.

Quem poderá nos defender do julgamento dos outros e de nós mesmos?

A carta de São João elabora o seguinte: “Meus filhinhos, eu lhes escrevo tais coisas para que vocês não pequem. Entretanto, se alguém pecou, temos um advogado junto do Pai: Jesus Cristo, o justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados; e não só os nossos, mas também os pecados do mundo inteiro” (1Jo 2,1.2).

As palavras do escritor sagrado são tão assertivas que, fazem mudar o endereço e o foco de atenção, diante de uma situação que envolve o pecado ou qualquer atitude que rompe com o bem. O fato é que, diante de qualquer situação, pecado ou mal, devemos olhar para Jesus, pois todos nós podemos contar com Ele como nosso mediador e defensor. Ele advoga a nossa causa por causa de sua compaixão e misericórdia.

A encarnação de Jesus, com todas as suas consequências, até a cruz confere a Jesus o status de advogado nosso, junto do Pai.

Segundo Pedro, em At 3,13-15.17-19, Jesus é “o autor da vida” a quem impuseram a morte, mas Deus o ressuscitou. Os judeus preferem um malfeitor, pois não conseguem, por ignorância, reconhecer que Jesus é o autor da vida.

Por que Jesus, o Cristo haveria de sofrer? Deus quis o sofrimento de seu Filho e, por meio desse sofrimento, aplacou a sua ira? Essa forma de entender a morte de Jesus não aprofunda o nosso conhecimento da salvação; ao contrário, induz a ideia de um Deus sanguinário, cruel e muito distante do Abbá de Jesus. A necessidade do sofrimento se entende à luz da lógica da aliança, da fidelidade e da filiação divina. O Messias devia sofrer por causa da sua fidelidade, que revela e explicita o agir fiel do Servo Jesus, como Filho obediente. Em termos humanos, é exatamente nos tempos do sofrimento e das dificuldades que tendemos a relaxar em nossas opções, buscando a autopreservação e desculpas para abandonar a missão e a fé. Jesus se mantém fiel na hora do sofrimento e na humanidade que assumiu; em meio aos sofrimentos, permaneceu fiel, reafirmando sua filiação divina e a aliança (Revista Vida Pastoral – março/abril 2018).

A vida de Jesus nos inspira uma tal confiança que, podemos viver em paz em meio aos conflitos e males. Mas essa confiança nos reenvia ao compromisso de viver na fidelidade, a exemplo de Jesus, guardando os seus mandamentos. Jesus é o nosso advogado enquanto nos remete não à condenação do pecado que, ele eliminou com o seu sacrifício, mas nos remete ao retorno à fidelidade ao Pai. Por isso, podemos dizer com toda a confiança: nós temos um advogado junto do Pai.

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

 

 

Posts Relacionados

AMIGOS DO
SEMINÁRIO

ESCOLA
MISSIONÁRIA
DISCÍPULOS DE
EMAÚS - EMIDE

Facebook

Instagram

Últimos Posts