SE NÃO FOR PARA RELIGAR QUAL O SENTIDO DA RELIGIÃO?

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A primeira vista a religião parece ser algo reservado, apenas, ao mundo espiritual e numa perspectiva vertical: Deus e eu.

De fato, em princípio, a religião é um ‘religare’, ou seja, um ligar de novo Deus e o ser humano. Mas, aquilo que, na religião, é uma mediação de encontro é, verdadeiramente, encontro pessoal e comunitário.

Aquele que busca o Senhor, individualmente, e, verdadeiramente o encontra, faz isso como membro do Povo de Deus, constituído por eleição, pelo próprio Deus. Mesmo quando busca a Deus, individualmente, e, isso é legitimo e necessário, o religioso faz isso com a capacidade da fé, como Povo de Deus. Sendo assim, a busca pessoal de Deus nunca é uma busca desacompanhada e nem desvinculada da condição de Povo de Deus, que é a sua matriz originária na fé.

A vivência da fé, na religião, tem um caráter pessoal e comunitário e tudo o que a gente pratica na religião, abarca todo o povo de Deus, numa comunidade local, continental ou universal.

Tudo o que é verdadeiramente humano é abraçado por Deus e recebe dele, o dom da consagração para a salvação e, se é consagrado por Deus deve ser consagrado por nós. A divisão entre sagrado e profano é arbitrado segundo referências que estão determinadas por contextos específicos. Isso significa que, para além da cultura, da economia, da política… a vida é sempre sagrada e esse status de sacralidade, vivido na radicalidade da fé, é o parâmetro para mantermos a ligação entre fé-e-vida em todas as nossas práticas religiosas.

Viver a quaresma, começando pela quarta feira de cinzas é resgatar o princípio da religião que nos religa ao próximo, a Deus e a nós mesmos.

No evangelho de São Mateus encontramos a seguinte perspectiva de fé.

Ponto de partida: Superar a justiça dos hipócritas

“Prestem atenção! Não pratiquem a justiça de vocês diante dos homens, só para serem elogiados por eles. Fazendo assim, vocês não terão a recompensa do Pai de vocês que está no céu” (Mt 6,1).

Relação com o Próximo. “Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. Ao contrário, quando você der esmola, que a sua esquerda não saiba o que a sua direita faz, para que a sua esmola fique escondida; e seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.” (Mt 6,2-6)

Relação com Deus. “Quando vocês rezarem, não sejam como os hipócritas, que gostam de rezar em pé nas sinagogas e nas esquinas, para serem vistos pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. Ao contrário, quando você rezar, entre no seu quarto, feche a porta, e reze ao seu Pai ocultamente; e o seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.” (Mt 6,7-6)

Relação consigo mesmo. “Quando vocês jejuarem, não fiquem de rosto triste, como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto para que os homens vejam que estão jejuando. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. Quando você jejuar, perfume a cabeça e lave o rosto, para que os homens não vejam que você está jejuando, mas somente seu Pai, que vê o escondido; e seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.” (Mt 6,16-18)

No contexto da religião que religa a Campanha da Fraternidade é uma necessidade porque nos obriga a viver a radicalidade do amor a Deus, resgatando a radicalidade do amor ao próximo, em fraterna conversão para o cuidado, como Fraternidade e Fome: “Dai-lhes, vós mesmos de comer” (Mt 14,16).

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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