Reflexão de Dom Edilson Nobre por ocasião da Missa do Crisma

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Amados irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo!

A celebração eucarística que ora realizamos, por ocasião  da bênção  dos Santos Óleos denominada MISSA DO CRISMA, acontece uma vez ao ano. No caso de nossa Igreja Particular, por razões pastorais, sempre a realizamos na segunda-feira da Semana Santa. Aqui estamos reunidos, o Bispo e seu presbitério como sinal e expressão de manifestação da comunhão dos presbíteros com o seu Pastor.  Na ocasião, vamos consagrar o Santo Crisma e benzer os óleos do Batismo e Unção dos Enfermos.

Com o Santo Crisma consagrado são ungidos os recém-batizados e são marcados com o sinal da cruz os que vão ser confirmados; são ungidas também as mãos dos presbíteros e a cabeça dos Bispos por ocasião da ordenação, bem como as Igrejas e os altares na sua dedicação. O óleo dos catecúmenos, este será abençoado e disponibilizado para o Batismo daqueles que serão inseridos na vida da comunidade católica. O óleo dos enfermos, uma vez abençoado servirá como possibilidade de alívio e de cura para os féis enfermos que recebem o sacramento da Unção.

O ato desta celebração, amados irmãos, vem ser para nós um sinal de unidade e de comunhão entre o pastor e seus presbíteros, cooperadores diretos do Bispo, de cujo múnus sagrado participam, na edificação, santificação e condução do povo de Deus. E deste modo se manifesta claramente a unidade do sacerdócio e do sacrifício de Cristo continuado na Igreja.

Meus queridos sacerdotes! Neste relevante encontro que ora realizamos em torno das mesas da Palavra e da Eucaristia, parece-me ser pertinente reavivarmos as palavras do Santo Padre o Papa Francisco dirigidas a sacerdotes no dia 17 de fevereiro de 2022,  reunidos num simpósio, na sala Paulo VI em Roma quando refletia o tema “Por uma teologia fundamental do sacerdócio”. Na ocasião o Papa aponta quatro “proximidades”, “pilares”  para uma vida sacerdotal no estilo de Deus.  Assim nos interpela Francisco: “Não “discursos intermináveis” e teorias “sobre o que deve ser a teologia do sacerdócio”, mas quatro “proximidades”, a Deus, ao bispo, entre os presbíteros e ao povo, que “podem ajudar de forma prática, concreta e esperançosa a reavivar o dom e a fecundidade que um dia nos foram prometidos” como presbíteros” .

Eu reitero a exortação do sucessor de Pedro, pois, esta é indicação viável para uma Igreja chamada por Deus a ser cada vez mais sinodal. Todos caminhando juntos, mesmo nas diversidades e em tempos adversos, testemunhando a comunhão, assegurando a participação e vivenciando o espírito da missão.

Que a Palavra de Deus e a Eucaristia nos fortaleçam neste caminho e nos mantenham firmes neste propósito. Na liturgia de hoje, ouvimos três leituras: Isaías 61,1-3a.6a.8b-9, Apocalipse 1,5-8 e Lucas 4,16-21. Estes textos vão direto à essência da missão confiada por Deus ao seu povo ao longo da história. Interpelam-nos a ser Igreja profética, serva, discípula e missionária, chamada por Nosso Senhor Jesus Cristo a comunicar e testemunhar o seu Evangelho.

Percebemos que a missão profética de Jesus é anunciada desde os tempos antigos, pelos profetas. Hoje, a missão profética de Jesus é continuada por seus ministros sagrados, aqueles que receberam o sacramento da Ordem, assim como também pelos consagrados e leigos engajados que, cientes da missão recebida no batismo, exercem o seu protagonismo na família, na Igreja e na sociedade.

A missão de Nosso Senhor é clara: Anunciar a boa nova aos pobres; libertar os cativos; fazer os cegos enxergarem; libertar os oprimidos; e, proclamar um ano da graça do Senhor. Como Igreja, é nesta direção que estamos caminhando?  Estamos dando continuidade ao projeto de Jesus? Estamos animando os pobres, libertando os presos, abrindo os olhos dos que não veem, oferecendo oportunidades aos oprimidos? Somos uma Igreja samaritana?

Concluindo, roguemos ao Bom Jesus dos Passos, ele que é Alfa e Ômega, para que nos acompanhe sempre e nos envolva com o seu amor imensurável e o seu olhar compassivo. Que possamos, como São João, dizer: “A Jesus, que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados e que fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em eternidade, Amém!” Ap 1, 5b-6).

Nossa Senhora da Vitória! Rogai por nós!

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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