Todos nós temos responsabilidade no bem ou no mal do mundo. Ninguém pode se considerar isento desta responsabilidade ou inocente em todas as situações. Com uma ou com outra atitude nós estamos implicados em tudo o que acontece com as pessoas; com as instituições, com os serviços; com o sistema; com a cultura; com a política; com a economia; com a sociedade; com a religião; com a fé; com a vida.
Justificados por um falso senso de amor e de justiça, de verdade e de solidariedade, as vezes, batemos no peito e dizemos: “não tenho nada a ver com isso” ou “não tô nem ai!” Será mesmo? Ao nos eximirmos da responsabilidade por tudo o que acontece, elegemos culpados e transformamos a sociedade num mundo de bons e puros versus maus e impuros; num mundo de juízes e julgados.
Mas, a bem da verdade, uma vez que todos nós somos reticentes em muita coisa que nos diz respeito, silenciando-nos, vai aqui um alerta poderoso: quem se cala…
…consente a sedução, a privação, a injustiça, o assassinato, o oportunismo, o abuso;
…consente a depredação, o suicídio, a exploração, a promiscuidade, o adultério, a dor;
…consente a violência, o ódio, a artificialidade, a submissão, a indiferença, a sujeição;
…consente a estupidez, a ostentação, a vingança, a perversidade, a distorção;
…consente a lascividade, a humilhação, a mentira, a corrupção, a devassidão, a farsa;
…consente a injúria, o privilégio, a passividade, a depressão, a agressão, o fanatismo;
…consente a vadiagem, a loucura, a insanidade, a usurpação, a leviandade, a fome;
…consente a infâmia, a transgressão, a tentação, a teimosia, a conspiração, a delação;
…consente a miséria, a tapeação, a doença, o desrespeito, a intriga, a beligerância;
…consente o desespero, o aborto, a derrota, o prejuízo, a acepção, a tirania;
…consente o vício, a calúnia, a desigualdade, o preconceito, a vociferação, o joio;
…consente o racismo, a intolerância, o medo, a fatalidade a amargura, a hostilidade;
…consente a arrogância, o egoísmo, a imoralidade, a impunidade, a ambição, a ambição;
…consente a indecência, a maldade, o extermínio, a falsidade, a inveja, a reincidência;
…consente a guerra, o mal, a imposição, a falsificação, a malversação, o terror;
…consente o golpe, a podridão, a traição, a perdição, a incoerência, a luxúria;
…consente a imprudência, a ofensa, a omissão, a dissolução, a impunidade, a raiva;
…consente o roubo, a perfídia, a retração, a hipocrisia, a refrega, a improbidade;
…consente a separação, o pecado, a negatividade, a opulência, a depravação;
…consente a obscenidade, a querela, a pornografia, o queixume, o obstáculo;
…consente o liberalismo, a destruição e a morte.
“Compreendi que tudo o que Deus fez dura para sempre. A isso nada se pode acrescentar, e disso nada se pode tirar. Observei outra coisa debaixo do sol: Em lugar do direito, encontra-se a injustiça; e, em lugar do justo, encontra-se o injusto. E concluí que o justo e o injusto estão debaixo do julgamento de Deus, porque existe um tempo para cada coisa e um julgamento para cada ação. Examinei também todas as opressões que se cometem debaixo do sol. Aí está o choro dos oprimidos, e não há quem os console; ninguém os apóia contra a violência de seus opressores. Vi também que todo trabalho e todo empenho que o homem coloca nas suas obras é fruto de competição recíproca. Isso também é fugaz e uma corrida atrás do vento” (Eclesiastes 3,14-17; 4,1-4).
“Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria. Não se envergonhe, portanto, de dar testemunho de nosso Senhor” (2Tm 1,7-8).
É questão de sabedoria aderir ao espírito de Deus para saber agir com discernimento.
Quem se cala ao Espírito se fecha à sabedoria. Por isso, quem se cala… consente.
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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