PRECISAMOS DE ÉTICA

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Hoje, mais do que nunca, precisamos rever as nossas escolhas, posições e atitudes em base às exigências próprias da ética. Por termo-nos afastado da ética a vida foi sendo jogada na lama, ao sabor dos vermes.

Ética no direito. “Uma consideração do direito, cega aos valores é inadmissível”. (Radbruch). As teorias positivistas que prevaleceram no campo do direito, a partir do século XIX, sustentavam que “só é direito aquilo que o poder dominante determina e o que ele determina só e direito em virtude dessa circunstância”.  Esta ilusão foi desfeita com a trágica experiência das grandes guerras mundiais, especialmente pela atuação dos regimes totalitários (p. ex Hitler) que promoveram uma verdadeira devastação aos fundamentos éticos da vida social. Isso deu origem a um movimento mundial contra a degradação da vida que culminou com a Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana.

Ética na economia. “Não podemos deixar que o mundo se transforme num mercado global, sem outra lei que a do mais forte” (Mitterrand). No plano da economia, a lógica do capital criou estratégias e mecanismos e auto-sustentação, formando o (neo)liberalismo econômico. Assim, como conseqüência do livre jogo das forças de mercado, indiferente a quaisquer compromissos éticos, se estabeleceria um mundo de “progresso” e “felicidade”. Só haverá progresso verdadeiro se o ser humano for posto no centro do desenvolvimento e se a economia estiver orientada para satisfazer, mais eficazmente, as suas necessidades vitais.

Ética na política. “A máxima segundo a qual a política deve ser indiferente ao bem e à moral é um erro fatal” (Maritain). A mentalidade formada sob o velho chavão: “política e religião não se discute” distorceu a competência da política em vista do bem comum; desarmou o poder do cidadão como sujeito e transformou o político em plenipotenciário legislador em causa própria. Política sem ética é tirania, violência e agressão à vida humana. Onde vigoram práticas políticas sem princípios éticos, facilmente se criam relações de cumplicidade, favor e clientelismo.

Ética na ecologia. “Há uma lei verdadeira, conforme a natureza, que o homem não pode violar sem negar a si e à sua natureza e sem receber o maior castigo” (Cícero). Qualquer agressão, a qualquer espécie do nosso ecossistema, constitui em agressão à vida humana. As violências contra a natureza, cometidas ao longo da história, não foram balizadas por qualquer ética. A Constituição Brasileira parece não ter o poder e a força necessária para barrar empresas e políticos que já despovoaram e destruíram matas e florestas e que, inescrupulosamente, em nome do “progresso” continuam devastando o pulmão do mundo, a Amazônia.

Ética na ciência. “A ciência pode apenas determinar o que é, não o que deve ser”. (Einstein). O iluminismo, que serviu de base e sustentação à ciência e suas conquistas, devotou à razão o triunfo sobre todas as coisas e, transformou o homem em semideus de um mundo que parece se dobrar às suas teses e hipóteses. É verdade que a ciência fez o mundo dar um giro enorme na chave de entendimento da vida e da existência. O homem ganhou mais COISAS com a ciência, mas não ganhou mais SER. O racionalismo parece ter empobrecido tanto o homem que, em nome dos avanços e do poder científico se projeta numa biotecnologia desenfreada que manipula geneticamente seres vivos: animais pessoas e plantas.  Sem os parâmetros éticos a ciência pode se achar no direito de brincar de ser Deus.

Sem ética não há vida. Precisamos de Ética!

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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