Neste final de semana, a Igreja celebra PENTECOSTES.
O acontecimento Pentecostes é o marco referencial para a origem da Igreja. É impossível falar da Igreja sem falar de Pentecostes. É impossível falar das obras da Igreja sem falar da obra do Espírito Santo na Igreja. É impossível falar da missão da Igreja sem falar dos dons do Espírito Santo que suscitam a missão da Igreja.
“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam Apareceram, então, umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem…” (At 2,1-13).
Lucas, em todo o capítulo 2 dos Atos, define os dois centros propulsores da experiência cristã; as duas forças que impulsionam o dinamismo cristão: o Espírito Santo e a Palavra.
O Espírito de Pentecostes, como força renovadora e unificante de Deus, reúne ao redor dos Apóstolos, os representantes da nova humanidade, isto é, os povos do mundo habitado. A efusão do Espírito Santo, na festa de Pentecostes cumpre a promessa de Jesus e inaugura, oficialmente, o tempo da Igreja: “Não se afastem de Jerusalém. Esperem que se realize a promessa do Pai, da qual vocês ouviram falar: ‘João batizou com água; vocês, porém, dentro de poucos dias, serão batizados com o Espírito Santo’. ‘…o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os extremos da terra’” (At 1,4-5.8).
A palavra de Pedro, que dá um sentido cristão e salvífico aos fenômenos do Espírito Santo, dom de Jesus Ressuscitado, opera a transformação das consciências e faz convergir para o núcleo da nova comunidade, uma massa de convertidos. São os Doze Apóstolos, junto com o primeiro núcleo de comunidades, que estão habilitados com a força do Espírito Santo, para anunciar a Salvação, como o grande dom de Deus. Com Pentecostes, nasce a comunidade prometida pelos profetas para o tempo final.
Lucas descreve a experiência do Espírito Santo utilizando os símbolos clássicos da ação poderosa e soberana de Deus: o vento e o fogo.
O Espírito é um Dom de Deus, vem do céu, não é um produto da sugestão humana. É uma força irresistível que foge ao controle e às manipulações humanas.
Ao intelectual e teólogo judeu Nicodemos que quer saber “como” age Deus, Jesus diz: “o vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai; assim acontece com todo aquele que nasce do Espírito” (Jo 3,8). A irrupção do Espírito Santo, com sua ação singular sobre cada pessoa é ação interior e transformadora. Mas, torna-se externamente, uma nova capacidade de comunicação: ‘começaram a falar outras línguas” (At 2,4).
Cada nação do mundo, diz Lucas, é convocada a Jerusalém para ser testemunha da nova época histórica que se abre com a efusão do Espírito Santo. Todos os povos verão a grandeza de Deus, porque não existe fronteira para sua ação. Isto é o que os Apóstolos entendem e anunciam. O Espírito Santo rompe barreiras, reúne os dispersos e proclama o grande ideal do amor de Deus: a unidade. Neste sentido, onde há divisão o Espírito de Deus não está agindo.
Olhando o mundo, vemos os cristãos divididos. Parece haver muito mais briga entre os que tem fé do que entre os incrédulos. É inacreditável e inaceitável que, pessoas, vivendo a fé no mesmo Deus e Senhor, crie tanta divisão e desentendimento; intolerância e separação; agressões e rivalidades. Definitivamente, isso não é o que Deus quer. Comecemos a nos unir pela amor… pela oração…
Por: Padre Edivaldo Pereira dos Santos
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