A palavra tem poder. E, indubitavelmente, é um dos canais que mais cooperam para a excelência da comunicação pelo diálogo. Aliás, o termo “diálogo” significa “através da palavra”.
Palavra não expressa, somente, um conteúdo escrito ou falado. Palavra pode ser sinônimo, por exemplo, de autoridade, de coerência, de brio, de caráter, de respeito, de grandeza, como quando dizemos: “Fulano tem Palavra!” ou para dizer que não tem caráter, dizemos: “Beltrano não honrou a palavra”.
A palavra tem poder porque, enquanto, mediação da comunicação, favorece a aproximação, o entendimento, a convivência, a integração, a troca de informações, a propagação do conhecimento, o desenvolvimento, o progresso…
A palavra, sempre, foi um ícone da relação interpessoal.
Vivemos, entretanto, num tempo de desgaste da palavra e, por conseguinte, de anulação da verdade que lhe confere sentido, seja na grave onda de mentiras publicadas como fake news; seja no perjúrio, diante da justiça; seja na enganação do discurso que “vende” uma coisa por outra; seja na adulteração, na agitação, na aleivosia, na algazarra, na aparência de verdade, na ardileza, na arenga, na artimanha, na asneira, na astúcia, na bagunça, na balbúrdia, na balela, na bazófia, na bisbilhotice, na bravata, na briga, na burla, na calúnia, na charlatanaria, na chicana, na cilada, na confusão, na conspiração, na contrafação, na conversa fiada, na conversa mole, na defraudação, na deslealdade, na deslisura, na desordem, na detratação, na difamação, na dissimulação, na duplicidade, na embromação, na embustice, na enrolação, na especulação, na esperteza, na estupidez, na falácia, na falcatrua, na falseta, na falsificação, na fanfarrice, na farofa, na farsa, na fofoca, na fraude, na futrica, na galezia, na grosseria, na hipocrisia, na ignorância, na impostura, na indiscrição, na injúria, na insinceridade, na intriga, na intromissão, na intrujice, na invenção, na invencionice, na jacobice, na jactância, na lábia, na lambança, na léria, na logração, na lorota, na má fé, na maledicência, na malícia, na manobra, na maquinação, na mendacidade, na murmuração, na mutreta, na ocultação, na panelinha, na paparrotice, na patacoada, na patranha, na perfídia, na pretensão, na prosápia, na rabulice, na ronha, na safadeza, na sagacidade, na simulação, na solércia, na sutileza, na tapeação, na tartufice, na tolice, na trama, na tramóia, na trampolinice, na trança, na tranquibérnia, na trapaça, na trapalhada, na tratantice, na tredice, na treta, na trica, na velhacaria, no arranjo, no artifício, no barulho, no boato, no cambalacho, no cochicho, no comentário, no complô, no conchavo, no conluio, no desentendimento,na discórdia, no distúrbio, no dolo, no embrulho, no embuste, no engano, no engodo, no enredo, no estratagema, no falatório, no falseamento, no fingimento, no fuxico, no golpe, no lengalenga, no logro, no ludibrio, no maquiavelismo, no meneio, no mexerico, no paleio, no papo-furado,no lero-lero, no quebra-pau, no rolo, no rumor, no sofisma, no subterfúgio, no truque, no tumulto…
O poder da palavra é um poder sagrado e não deveria servir para a desinformação, a mentira, o distanciamento, o distanciamento, o desentendimento e, infelizmente, para a guerra.
Que através da palavra possamos refazer a ordem da vida como ponte e não como muro, como vida e não como morte, como amor e não como ódio, como esperança e não como desespero, como alegria e não como tristeza, como bênção e não como maldição, como graça e não como desgraça, como horizonte e não como abismo, enfim, como Reino de Deus. Porque, foi através da Palavra que Deus restaurou o mundo (cf Jo 1,1-14).
Não permitamos que nos roubem o poder da Palavra que liberta e faz viver!
Por; Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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