O mistério Pascal

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O dia da páscoa, como data, ficou no dia 16 de abril, mas, como evento de fé permanece. Aliás, estamos no tempo litúrgico chamado oitava da páscoa, isto é, oito dias com se fosse um; como se fosse o domingo; o domingo de páscoa. Até sábado vivemos este tempo, não para espichar a data mas para experimentar o prolongamento da ação salvadora de Deus.

A Páscoa é o fundamento de fé da Igreja!

Será de grande ajuda, na compreensão da páscoa, como fundamento, o texto da homilia sobre a páscoa, de Melitão, Bispo de Sardes, século II, que se segue.

“Prestai atenção, caríssimos: o Mistério Pascal é, ao mesmo tempo, novo e antigo, eterno e transitório, corruptível e incorruptível, mortal e imortal.

É mistério antigo segundo a Lei, novo segundo a Palavra que se fez carne; transitório pela figura, eterno pela graça; corruptível pela imolação do cordeiro, incorruptível pela vida do Senhor; mortal pela sua sepultura na terra, imortal pela sua ressurreição dentre os mortos.

A Lei, na verdade, é antiga, mas a Palavra é nova; a figura é transitória, mas a graça é eterna; o cordeiro é corruptível, mas o Senhor é incorruptível, ele que, imolado como cordeiro, ressuscitou como Deus.

Na verdade, era como ovelha levada ao matadouro, e contudo, não era ovelha; era como cordeiro silencioso (Is 53,7), e no entanto não era cordeiro. Porque a figura passou e apareceu a realidade perfeita: em lugar de um cordeiro, Deus; em vez de uma ovelha, o homem; no homem, porém, apareceu Cristo que tudo contém.

Por conseguinte, a imolação da ovelha, a celebração da páscoa e a escritura da Lei tiveram a sua perfeita realização em Jesus Cristo; pois tudo o que acontecia na antiga Lei se referia a ele. E, e mais ainda, na nova ordem, tudo converge para ele.

Com efeito, a Lei fez-se Palavra e, de antiga, tornou-se nova (ambas oriundas de Sião e de Jerusalém); o preceito deu lugar à graça, a figura transformou-se em realidade, o cordeiro em Filho, a ovelha em homem e o homem em Deus.

O Senhor, sendo Deus, fez-se homem e sofreu por aquele que sofria; foi encarcerado em lugar do prisioneiro, condenado em vez do criminoso e sepultado em vez do que jazia no sepulcro; ressuscitou dentre os mortos e clamou com voz poderosa: ‘Ao meu lado está aquele que me defende; quem vai demandar contra mim? Vamos juntos ao tribunal! Quem abriu um processo contra mim? Que venha me enfrentar!’ (Is 50,8). Eu libertei o condenado, dei vida ao morto, ressuscitei o que estava sepultado. Quem pode me contradizer? Eu sou Cristo, diz ele, que destruí a morte, triunfei do inimigo, calquei aos pés o inferno, prendi o violento e arrebatei o homem para as alturas dos céus. Eu, diz ele, sou o Cristo.

Vinde, pois, todas as nações da terra oprimidas pelo pecado e recebei o perdão. Eu sou o vosso perdão, vossa páscoa da salvação, o cordeiro por vós imolado, a água que vos purifica, a vossa vida, a vossa ressurreição, a vossa luz, a vossa Salvação, o vosso rei. Eu Vos conduzirei para as alturas, vos ressuscitarei e vos mostrarei ao Pai que está nos céus; eu vos levantarei com minha mão direita.”

‘Nós anunciamos a vocês este Evangelho: a promessa que Deus fez aos antepassados, ele a cumpriu plenamente para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus, como está escrito’ (At 13,32-33).

‘E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos. Sobre ele todos os profetas dão o seguinte testemunho: todo aquele que acredita em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados’ (At 10,42-43).

‘Que todo o povo de Israel fique sabendo com certeza que Deus tornou Senhor e Cristo aquele Jesus que vocês crucificaram’ (At 2,36).

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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