Dúvidas… dúvidas… dúvidas… dúvidas! Nosso coração é habitado por dúvidas sobre a vida e, muito mais, sobre a morte. Quais são as suas dúvidas? No que você crê sobre a vida e sobre a morte? “Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre. Você acredita nisso?” (Jo 11,25-26).
No livro sobre o Espírito Santo, de São Basílio Magno, século IV, encontramos um texto bastante interessamos que reescrevemos aqui:
Há uma só morte que resgata o mundo e uma só ressurreição dos mortos
“O desígnio de nosso Deus e Salvador em relação ao homem consiste em levantá-lo de sua queda e fazê-lo voltar, do estado de inimizade ocasionado por sua desobediência, à intimidade divina. A vinda de Cristo na carne, os exemplos de sua vida apresentados pelo Evangelho, a paixão, a cruz, o sepultamento e a ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que, imitando a Cristo, ele recuperasse a primitiva adoção filial.
Portanto, para atingir a perfeição, é necessário imitar a Cristo, não só nos exemplos de mansidão, humildade e paciência que ele nos deu durante a sua vida, mas também imitá-lo em sua morte, como diz São Paulo, o imitador de Cristo: ‘Tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição, dentre os mortos’ (Fl 3,10)
Mas como poderemos assemelhar-nos a Cristo em sua morte? Sepultando-nos com ele por meio do batismo. Em que consiste este sepultamento e qual é o fruto dessa imitação? Em primeiro lugar, é preciso romper com a vida passada. Mas ninguém pode conseguir isto se não nascer de novo, conforme a palavra do Senhor, porque o renascimento, como a própria palavra indica, é o começo de uma vida nova. Por isso, antes de começar esta vida nova, é preciso pôr fim à antiga. Assim como, no estádio, os que chegam ao fim da primeira parte da corrida, costumam fazer uma pequena pausa e descansar um pouco, antes de iniciar o retorno, do mesmo modo, era necessário que nesta mudança de vida interviesse a morte, pondo fim ao passado para começar um novo caminho.
E como imitar a Cristo na sua descida à mansão dos mortos? Imitando no batismo o seu sepultamento. Porque os corpos dos batizados ficam, de certo modo, sepultados nas águas. O batismo simboliza, pois, a deposição das obras da carne, segundo as palavras do Apóstolo: ‘Vós também recebestes uma circuncisão, não feita por mão humana, mas uma circuncisão que é de Cristo, pela qual renunciais ao corpo perecível. Com Cristo fostes sepultados no batismo’ (Cl 2,11-12). Ora, o batismo, por assim dizer, lava a alma das manchas contraídas por causa das tendências carnais, conforme está escrito: ‘Lavai-me e mais branco do que a neve ficarei’ (Sl 50,9). Por isso, reconhecemos um só batismo de salvação, já que é uma só a morte que resgata o mundo e uma só a ressurreição dos mortos, das quais o batismo é figura”.
A realidade da promessa de Jesus está contida no mistério Pascal: na sua paixão morte e ressurreição. Você crê nisso?
Na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, encontramos as seguintes afirmações:
“Ora, se nós pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de vocês dizem que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou; e se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e também é vazia a fé que vocês têm. Se os mortos não ressuscitam, então somos testemunhas falsas de Deus, pois estamos testemunhando contra Deus, ao dizermos que Deus ressuscitou a Cristo. Pois, se os mortos não ressuscitam, Cristo também não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a fé que vocês têm é ilusória e vocês ainda estão nos seus pecados…” (1Cor 15,12-26).
Por: Pe. Edivaldo Pereira da Silva
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