Mensagem de Dom Edilson Nobre por ocasião do aniversário da Dedicação da Catedral de Oeiras

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ANIVERSÁRIO DA DEDICAÇÃO DA CATEDRAL DE OEIRAS

“Somos construção de Deus”

Amados irmãos e irmãs! Estimados sacerdotes, religiosas, religiosos, seminaristas e animadores missionários das diversas pastorais, serviços e movimentos!

Com a graça de Deus, estamos reunidos no adro da nossa amada Catedral, celebrando os festejos de nossa querida padroeira, Nossa Senhora da Vitória e fazendo a memória de mais um ano transcorrido da Dedicação desta Igreja, templo de pedra que, pelo seu significado simbólico, nos remete à Igreja povo de Deus, fincada nesta região Centro Sul do Piauí, tendo como sede a cidade de Oeiras. Quem somos nós? Somos o povo de Deus reunido na fé: leigos engajados, religiosas, seminaristas, padres e bispo. A ocasião é oportuna para refletirmos sobre o nosso ser Igreja e sobre os desafios que o mundo de hoje nos apresenta. A Igreja tem a missão de evangelizar, de anunciar Cristo ao mundo e propor o Reino que Cristo instaurou para que se consolidem a justiça, a paz, a fraternidade, a solidariedade, a unidade, e experiência do amor nas relações com Deus e com o próximo, em meio ao pluralismo e a diversidade que são óbvios aos nossos olhos em nosso dia a dia.

A semente que lançamos, é dentro de um o contexto social, político, econômico e cultural que não podem ser ignorados. Vivemos num tempo de modernidade acentuada onde a racionalidade e a subjetividade se destacam. Um tempo de modernização que gera a relativização dos modelos tradicionais.

Daí nos damos conta que é necessário superar o improviso e investirmos sempre mais na pastoral de conjunto e na formação dos leigos e leigas como “sujeitos eclesiais”, como nos interpela o documento 105 da CNBB, sobre os “cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”. Eu reitero o que está escrito no número um deste documento: “É com alegria e admiração que nós, Bispos, pastores da Igreja de Cristo, expressamos o nosso agradecimento aos cristãos leigos e leigas, pelo testemunho de sua fé, pelo amor e dedicação à Igreja e pelo entusiasmo com que se doam ao nosso povo, às nossas comunidades, às suas famílias, às suas atividades profissionais, até ao sacrifício de si” (CNBB, 105, n. 1). Sim, meus irmãos e minhas irmãs! Cada cristão leigo e leiga recebeu pelo Batismo e pela Crisma a graça de ser “sal da terra e luz do mundo”.

Assim sendo, não podemos nos descurar da Palavra de Deus em no nosso cotidiano e nem em nossas assembleias litúrgicas, pois ela é fonte de vida e de libertação para toda a humanidade. Tomemos como referência os textos que ouvimos na liturgia de hoje. A primeira leitura, do livro dos Reis, apresenta Salomão, diante do altar do Senhor, junto à assembleia de Israel, intercedendo por seu povo. Ele reconhece a grandeza de Deus e sua misericordiosa aliança com os servos que o têm sempre presente em suas vidas. Ele intercede pela comunidade: “Atende, Senhor meu Deus, à oração e à súplica do teu servo, e ouve o clamor e a prece que ele faz hoje na tua presença. Teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre o lugar do qual disseste: ‘Aqui estará o meu nome’”.

Com humildade e confiança eu, vosso bispo, vosso pastor, também elevo a Deus o meu pedido e a minha intercessão para que sejam ouvidas nesta noite e também no cotidiano as preces deste rebanho a mim confiado, que com frequência se apresenta diante altar do Senhor para confidenciar sua vida, sua alegria, sua angústia, sua esperança, sua história, assim como para escutar o que Deus tem a lhe falar.

Nesta noite em que exultamos de alegria pelo aniversário da dedicação de nossa Catedral, eu vos convido, irmãos e irmãs a darmos o nosso testemunho de fé e adesão à pessoa de Jesus e professarmos como Pedro, conforme ouvimos no Evangelho de hoje: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16).

Estas palavras comunicam o reconhecimento da divindade de Jesus e revelam que a nossa adesão a Ele não é fruto da carne, mas impulso do Espírito Santo que nos envolve e nos move para a missão. A resposta de Jesus a Pedro nos dá segurança e convicção de que esta obra é segura: “Feliz és tu, Simão, Filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la”.

É bem verdade que, ocasionalmente, por causa das fragilidades humanas e das circunstâncias temporais, as estruturas de nossa Mãe Igreja são abaladas, mas nunca destruídas. Sigamos firmes na fé, com o Pedro de hoje, o Sumo Pontífice Papa Francisco e os sucessores dos Apóstolos, os Bispos espalhados pelo mundo inteiro, junto aos seus colaboradores (padres, diáconos, religiosos/as, leigos/as), pois, temos um longo caminho a percorrer e uma bela missão a cumprir. Não nos esqueçamos que somos “construção de Deus”, somos “santuário de Deus e o Espírito Santo mora em nós” (ICor 3, 9s).

Que a Virgem da Vitória e São José intercedam por nós para que nunca nos falte o ardor e amor pela missão. Que a meta da construção do seu Reino seja contínua para que haja sempre no mundo sinais de fraternidade, de solidariedade, de partilha, de perdão, de justiça, de amor e de paz.

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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