Maria: Uma história de presença profética!

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Maria não é um mero detalhe, na História da Salvação, para ocupar a situação marginal do pouco caso de alguns cristãos sem inteligência bíblica. Pelo contrário ela é a Escolhida. Discreta e humilde, atenta e obediente ela é chamada ‘cheia de graça!’ e convidada para entrar na alegria da Nova Aliança: “O anjo entrou onde ela estava, e disse: ‘Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!’” (Lc 1,28). Ela, por sua vez, entrega-se à vontade do Altíssimo: como talha preparada para o Vinho Novo; como sacrário vivo para o Humano-Deus-Menino; como profetiza do Novo Povo de Deus; como guardiã do verdadeiro messianismo; como discípula missionária da Boa Notícia; como servidora na casa do precursor… Todo o universo escuta o seu “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,38).

Na visita à sua prima Isabel, no contexto da anunciação, a mãe-profeta da libertação, gestando a Palavra no silêncio da escuta de Deus, sob a ação e força do Espírito Santo, dá voz ao clamor, à esperança e a resistência do povo:

“Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão, porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração. Ele realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias. Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais – em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre” (Lc 1,46-55).

O evangelista João, nas bodas de Caná (2,1-11), coloca Maria como interlocutora da graça em favor de um povo que deixou a alegria da aliança, com o Senhor, ficar caduca, sem expressão e vazia. A falta de vinho é denunciada por Maria. Tendo ela experimentado, o “alegra-te” do Vinho-Novo-Jesus, na talha do seu sim, o apresenta a novos servidores, para completar a obra deste “alegra-te”, nas seis talhas esvaziadas pelo formalismo religioso.

“No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí. Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos. Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho!’ Jesus respondeu: ‘Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.’ A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: ‘Façam o que ele mandar.’ Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. Jesus disse aos que serviam: ‘Encham de água esses potes.’ Eles encheram os potes até a boca. Depois Jesus disse: ‘Agora tirem e levem ao mestre-sala.’ Então levaram ao mestre-sala. Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água” (Jo 2,1-9).

Na cena daqueles poucos que perseveraram junto à cruz, na hora extrema e derradeira, vemos Maria-discípula, sendo lançada, por Jesus, na missão de cuidar, como mãe, dos filhos da nova humanidade:

“A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: ‘Mulher, eis aí o seu filho.’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí a sua mãe.’ E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,25-27).

Estamos por encerrar o Ano Mariano: 300 anos de bênçãos. A imagem aparecida nas águas diz muita coisa. Em Maria, todo sofredor se sente acolhido e restaurado, apesar da dor, e reanimado na esperança. Maria é sinal de que Deus é fiel e jamais abandona seus filhos. Maria é sinal de que o amor de Deus se veste do amor de mãe.

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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