Há um clima de natal entre de nós. Porém, não é vivido sob a mesma expectativa: são pessoas correndo, viajando, passeando, comprando, vendendo, trabalhando; são enfeites, luzes, músicas, árvores e presentes; são bebidas, comidas, felicitações e lembranças; são reuniões, recordações, encontros e reencontros…
Algumas pessoas vivem o natal como se precisasse mudar, apenas, o ano de referência. Para elas é a mesma coisa sempre: é mais um natal. Não vêem nada de novo porque não querem nada de novo; não esperam nada de novo; não apostam em nada de novo; não se arriscam por nada de novo; não trabalham por nada de novo. Vive da mesmice.
Eu aposto num natal diferente em cada ano, porque eu acredito num natal maior do que uma simples data. Natal pra mim é mistério! E como tal me faz enxergar com outros horizontes, com outras expectativas e com outras atitudes.
O natal é mistério e não data!
É mistério porque diz respeito ao SER de Deus que se ENCARNA (e não re-encarna) na história humana e, também, a história humana; na vida humana e, também, a vida humana. O Natal diz respeito ao ser total de Deus, na totalidade da vida humana e, isso nos escapa. Não entendemos completamente, principalmente, porque queremos entender de modo mecânico, absolutamente, matemático, numérico.
O Natal é mistério porque revela o Projeto de Deus a nosso respeito em atitudes de amor: “Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à Lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à Lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos. A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Abba, Pai! Portanto, você já não é escravo, mas filho; e se é filho, é também herdeiro por vontade de Deus” (Gálatas 4,4-7).
O natal, interpretado do ponto de vista numérico, corre o risco de ser esquecido; é coisa do passado e permanece como se fosse “objeto” de museu. Pior ainda, não se torna obra presente.
A vida não acontece como uma repetição, sem sentido, de datas ou de acontecimentos. A vida é uma permanente novidade, onde as pessoas, os fatos, as experiências, os acontecimentos… do passado servem como base de apoio e sustentação para o necessário processo de crescimento e amadurecimento que se dá na vida humana.
O natal que eu acredito acontece o ano inteiro; eu celebro o ano inteiro; eu vivo o ano inteiro, mas, no final do ano eu o experimento como tempo profético: de anúncio, de denúncia, de revisão, de recomeço, de reconciliação, de renúncia, de recolhimento, de reflexão, de reconhecimento, de recordação, de reunião.
O natal que eu acredito não é uma teoria, não é uma ideologia; não é um misticismo, não é uma seita e não uma doutrina.
O natal que eu acredito é uma pessoa e, seu nome é Jesus.
Eu creio num natal vivo, de hoje! Eu creio num natal de comunhão, de alegria, de compromissos, de liberdade, de fraternidade, de solidariedade, de compreensão, de tolerância religiosa, de amizade, de convivência, de perdão, de fé e de Família.
Assim diz a Sagrada Escritura: “No princípio era a Palavra e a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus. Tudo foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. Nela estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz brilha nas trevas, mas as trevas não conseguiram apagá-la. A Palavra era a luz verdadeira que ilumina todo homem; ela vinha ao mundo. Ela estava no mundo e o mundo foi feito por meio dela mas, o mundo não a reconheceu… Mas, a todos os que a receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus. Aos que crêem em seu nome…” (Jo 1,1.9-12).
Desejo a cada leitor desta coluna, um feliz e santo natal cheio de descobertas.
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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