Liturgia Dominical:”Se és cristão, és apóstolo”

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Décimo Quarto Domingo do Tempo Comum

Se és cristão, és apóstolo

No Evangelho de hoje Jesus envia setenta e dois discípulos. O número parece indicar-nos que todos somos apóstolos, todos somos missionários. De fato somos cristãos verdadeiros na medida em que sentimos uma voz, um amor, uma bondade infinita que nos envolve. Deus não precisa de pessoas para dizerem “Senhor, Senhor!”, mas Deus precisa de pessoas que trabalhem para introduzir no mundo aquela novidade que se chama Ressurreição. Deus precisa de homens não para si, mas para o seu louvor. Deus precisa de nós para os outros, precisa de nós para nós, para dar-nos a alegria de nos assemelharmos a Ele e sermos altruístas ao infinito.

Um cristão que não sente palpitar na alma o desejo de anunciar o Evangelho, que não sente o dever de falar de Deus, que não sente a urgência de empenhar-se no apostolado, não é um cristão, mas só um pagão envernizado de cristianismo. Se somos cristãos, somos apóstolos e se não somos apóstolos, não somos cristãos. Nós poderíamos perguntar a Jesus: “Tu nos mandas ao mundo… mas como podemos ser apóstolos neste mundo? Quem nos acolherá?”. A mesma dificuldade, e talvez com maior razão, podiam sentir os apóstolos. A sociedade daquele tempo não era certamente mais disposta a acolher o Evangelho do que a nossa de hoje. E Cristo conhece esta situação. Por isso previne: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Lc 10,2a). Ou seja, vós vos sentireis sempre poucos, sempre insuficientes. E não tem uma solução? Sim! A solução é esta: “pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita” (Lc 10,2b). A suficiência do cristão vem do alto, vem de Deus.

E Jesus continua: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho!” (Lc 10,3-4). Palavras fortes: “Vos mando indefesos em um mundo violento!”. Não seria mais fácil se portássemos o bastão para nos defendermos? No entanto, Jesus orienta numa outra direção: “Vencereis se fores humildes, se fores pobres e atraídos por uma outra riqueza”. O mundo causa medo quando o combatemos com os seus próprios meios: violência com violência, orgulho com orgulho, maldade com maldade… Mas o mundo não faz mais medo quando se combate com os meios de Deus: mansidão, paciência, sacrifício, perdão, generosidade, oração.

Enfim, Jesus diz: “Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós” (Lc 10,5-6). Os cristãos sabem que Deus ama a todos e, portanto quem crer em Deus deve amar a todos. Devemos nos aproximar dos outros para levar a paz. No mundo falta paz, porque a paz falta nos corações. Não é por fatalismo que vêm as guerras, mas por uma explosão de inquietude que tem contagiado tanta gente. Hoje falta a paz! O suicídio nos países ricos é a segunda causa de morte entre os jovens; a primeira é o incidente!

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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