Liturgia Dominical: “Uma só coisa é necessária”

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Décimo Sexto Domingo TC

Uma só coisa é necessária

A primeira leitura de hoje nos recorda o sentido religioso da vida humana e da história. Algumas pessoas parece que não vêem o sentido religioso da vida. Outras, ao contrário, encontram Deus na vida. Abraão, é o exemplo do segundo caso: ele encontra Deus, fala com ele e recebe uma promessa. Lembramos que a ação de Deus na vida de  Abraão é apenas uma, entre uma série  de intervenções que vão culminar na Pessoa de Jesus Cristo. É a partir de Cristo que se pode entender o sentido da experiência de Abraão. E Cristo quem é? É Deus plantado no mundo. Em Cristo nós reconhecemos o rosto de Deus, a sua presença, o seu amor.

Vejamos, portanto, o episódio do Evangelho de hoje e acolhamos o que Cristo tem a nos revelar. Jesus entra em uma casa para ser hóspede de duas irmãs: Marta e Maria. O que acontece naquela casa em Betânia? Uma cena humanamente explicável. Marta, querendo oferecer o melhor para o convidado, se sente incomodada por que enquanto trabalha, ela percebe que a sua irmã Maria, deixa tudo de lado e para prá escutar Jesus. Nada de estranho: dois caráteres diversos têm um comportamento diverso. Jesus, porém, aproveita para tratar de um problema mais profundo e diz: Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária”. (Lc 10,41-42). O que quer dizer Jesus? Certamente não quer condenar o trabalho de Marta, não quer condenar as responsabilidades que cada um deve assumir no dia a dia. Bem sabemos que Jesus vem para expulsar a preguiça e que a vida é um dom para se doar.

O que Jesus condena então? Jesus condena o stress, a ansiedade. “Uma só coisa é necessária”. Então devemos sempre rezar e deixar de trabalhar? Não. Não é esta a intenção de Cristo. Jesus não quer estabelecer o dilema: ou rezar ou trabalhar, mas quer recordar as condições da eficiência cristã. É eficiente não quem faz muito, mas quem faz com Deus.

Recordamos a parábola da videira: “Eu sou a videira e vós os ramos”. Os ramos só permanecem vivos quando estão ligados à videira. Assim Jesus quer dizer: “Permaneceis em mim, porque sem mim nada podeis fazer”.

Algumas questões para refletirmos: Em que momentos da vida buscamos a oração? Somente nas situações difíceis? É só na hora da angústia que somos capazes de deixar tudo e irmos ao encontro de Jesus? Sem talvez termos tempo sequer de ouvi-lo, porque somente descarregamos as angústias pelas quais estamos passando? Não nos esqueçamos que, na vida, devemos constantemente parar para ouvirmos Aquele que tem muito a nos ensinar. A oração é o respiro espiritual que acompanha toda a vida. Naquele momento Maria soube escolher a melhor parte.

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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