Liturgia Dominical: “Um novo Advento para uma vida nova”

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Primeiro Domingo do Advento

Retornamos ao Advento! Por quê? Porque reconhecemos que ainda não aprendemos a lição de Belém. Reconhecemos que ainda não entendemos completamente o Natal. Este ato de sinceridade nos permite mudar a nossa situação e conduzi-la em direção à novidade da vida trazida por Jesus.

A primeira leitura é um convite a tomar consciência do pecado. Diz o profeta: “Todos nós nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento”. (Is 64,6). Ao início do Advento estas palavras são para nós um convite a batermos no peito; um convite a uma confissão sincera. O Natal não deve deixar-nos “iguais”, mas deve direcionar-nos mais na vida cristã. Se não acontece esta mudança, o Natal será uma ocasião perdida; será um rito sem alma, será uma recordação não vivida e não acolhida na vida.

Por isso o profeta se volta ao Senhor e exclama: “Ah! Se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti” (Is 63,19). É uma das belas orações que encontramos na Bíblia: há o reconhecimento honesto da insuficiência do homem, mas há também a confiança plena em Deus, que permanece fiel ao amor, mesmo depois do nosso pecado. Na verdade, um pouco antes, o profeta havia escrito com um ardor extraordinário: “Senhor, tu és o nosso pai, nosso redentor; eterno é o teu nome” (Is 63,16). São palavras que comovem pela intensidade da fé na bondade de Deus; são palavras nas quais todos nós devemos encontrar para dar voz ao gemido da nossa pobreza e ao grito da nossa esperança.

O Evangelho completa o ensinamento deste domingo. Apresenta-nos um discurso de Jesus, chamado discurso escatológico, ou seja, que leva em consideração os últimos acontecimentos, as últimas coisas que aconteceram e que estão acontecendo.

Jesus tem diante de si o fim imanente de Jerusalém e procura ler tal situação trágica com a sabedoria  de Deus. Jerusalém está para ser destruída por causa dos seus pecados e, sobretudo por causa do pecado da cegueira diante de Cristo. Lembramos que foi Jerusalém que decretou a crucificação de Jesus para livrar-se dele.

Qual é, portanto, o convite desta semana? Vigiar! Tomar consciência que o tempo é breve e, portanto, a conversão é urgente. “Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento” (Mc 13,33).

Retorna o Advento! Retorna para que nós finalmente aprendamos a lição de Belém e nos coloquemos em caminho: não com os pés, mas com o coração!

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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