Liturgia Dominical: ” Todos somos ligados ao sim da anunciação”

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Quarto Domingo do Advento
Todos somos ligados ao sim da anunciação
Há mais de dois mil anos em Belém da Judéia nasceu o Messias prometido por Deus. Ele foi esperado por quase dois milênios por um povo prodigiosamente guiado por Deus. O fato é verificável e é humanamente inexplicável. Para este Messias convergem todos os testemunhos das Escrituras e, neste Messias Deus apoiou toda a história humana. O seu nome é Jesus. Ele se apresentou como o Filho de Deus que despertava a crença na sua Palavra e na força das obras que ele realizava. E nós cremos nele, porque sem Ele tudo é absurdo e opaco. Neste domingo queremos definir as atitudes justas para poder repensar o Seu Natal. E não podemos encontrar um caminho melhor do que aquele de Maria: porque é o caminho que Deus mesmo escolheu para vir a nós.
Maria de Nazaré, de fato, é a criatura ideal aos olhos de Deus. Ela espera no silêncio de Nazaré. Ela é uma mulher reservada, atenta a ler a vida com profundidade, serena, aberta ao mistério.
E nós? Hoje quem revive o recolhimento de Nazaré? Quem busca espaços de desertos para estar com Deus? Quem possui um coração em paz, serenamente agregado à segurança da bondade de Deus? Quem é atento aos sinais da vontade de Deus nos acontecimentos de cada dia?
A Primeira Leitura de hoje (Mq 5,1-4a)) proclama que Belém, terra do rei Davi, será aquela que apascentará o povo com a força do Senhor., trazendo paz e justiça sobre a terra. Esta profecia se cumpre plenamente em Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se encarnou pela ação do Espírito Santo e se fez homem como nós, exceto no pecado. O espaço de tempo que perdurou entre a promessa feita e sua concretização foi de mais de mil anos.
Maria conhecia esta escritura. De fato, bastaram poucas referências da parte do anjo para fazê-la entender tudo o que estava acontecendo. Não pensemos que ela era ingênua.
Ela pergunta ao anjo: Como acontecerá isto se eu não conheço homem algum? (Lc 1,34). Esta pergunta não nasce da dúvida, nem da vontade de ver tudo claro: nasce somente do desejo de entender a vontade de Deus para segui-la.
Maria é surpreendente. É modelo para nós. Quantas vezes nós somos fracos na fé, damos um passo à frente e dois para trás. Quantas vezes a dúvida atrapalha o nosso caminho de fé e nos impede de sentir a paz na vontade de Deus! Quantas vezes seguimos a vontade de Deus somente quando coincide com a nossa vontade. Temos muito que aprender com Maria.
Maria é, enfim, consciente da sua pequenez: não por falsa humildade, mas porque ela tem consciência lúcida da incapacidade humana diante da salvação. Ela sabe que só Deus pode dar a alegria: por um dom livre e gratuito, nunca merecido por ninguém. Por isso responde ao anjo: Eis-me! Sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a sua Palavra! (Lc 1,38).

Dom Edison Soares Nobre
Bispo Diocesano de Oeiras

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