São Pedro e São Paulo
Por diferentes meios os dois congregaram a família de Cristo
Hoje a Igreja recorda o martírio de dois apóstolos: Pedro e Paulo. O martírio é um gesto grandioso que nos faz refletir seriamente.
Pedro é um pescador, um homem marcado pela fadiga, fechado em um serviço que o absorve completamente, desconhecido pela história civil. Jesus escolhe este Pedro, porque Deus faz coisas grandes com os pequenos e os humildes.
Quando Jesus o chama, Pedro não é um santo. Deus, de fato não chama os santos, mas chama para que estes se tornem santos. É uma realidade que traz aos nossos corações uma grande esperança.
Pedro é um impulsivo: fácil de entusiasmo, mas também fácil de trair. Jesus escolhe este homem flutuante para fazer dele a pedra fundamental da Igreja. É uma escolha de Deus, o Onipotente.
A Pedro Jesus disse: “Feliz és tu Simão, filho de Jonas, pois não foram a carne e o sangue que te revelaram isto, mas o meu Pai que está nos céus. E eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,17-18).
No Evangelho de hoje Jesus diz: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pedro, o Pescador-Papa e os seus sucessores, são na Igreja um convite a manter a unidade e o serviço ao povo de Deus.
Além do martírio de Pedro, recordamos hoje o martírio de Paulo. Pedro é um sinal de unidade e Paulo é um sinal de missão.
Quem é Paulo? É um grande fanático, intolerante e duro. Faz sofrer tantos cristãos e prova satisfação quando Estevam é martirizado pelas mãos dos judeus.
Porém chega a hora da luz. Jesus vai ao encontro de Paulo sobre a via de Damasco e lhe arranca a máscara da segurança com uma pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 19,14). Saulo responde mudando de vida. Pagará caro com aquela mudança: pagará com o próprio sangue.
Sobre Paulo se abaterá uma perseguição brutal. Será preso e flagelado pelos judeus, frustrado pelos romanos e colocado em dificuldades por ciúmes e calúnias. Mas nada interromperá o zelo de Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo? (Rm 8,35ss). A sua vida é marcada pela fé em Jesus: “para mim viver é Cristo e morrer é lucro” (Fp 1,21). A fé o levará a Roma e ali encontrará o martírio.
Hoje se morre pelo esporte, pra conquistar um primeiro lugar, pela ciência. Tudo isto nós chamamos de heroísmo. Mas o verdadeiro heroísmo é dar a vida pelo máximo bem: Deus. Para nós é este o heroísmo ou substituímos Cristo por outros valores e por outros ídolos do momento?
Dom Edilson Soares Nobre
Bispo Diocesano de Oeiras