Liturgia Dominical: “Pentecostes não é uma estação, mas uma condição da Igreja”

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Domingo de Pentecostes

Pentecostes não é uma estação, mas uma condição da Igreja

Antes de deixar este mundo, Jesus previne os seus discípulos do risco do cansaço, do medo e da rotina. São situações que podem comprometer a fé. Mas Ele diz: “Eu mandarei o Espírito Santo. Ele vos dará força, vos dará coragem e vos dará o entusiasmo!”. Hoje nós recordamos o cumprimento desta promessa. Hoje é a festa da fidelidade de Cristo. É a Festa de Pentecostes!

Mas Pentecostes é só uma recordação? Cessou com a geração dos primeiros cristãos? Evidentemente, não! De fato, a Igreja continua a sua missão até o fim do mundo. Se a Igreja de Cristo tem a missão de levar a Boa Nova a todos os povos e em todos os tempos, evidentemente a promessa de Jesus continua válida em todas as épocas.

Pentecostes, portanto, não é só uma estação, mas uma condição; não é um episódio, mas uma constante de toda a história da Igreja.

Porém, para que Pentecostes seja possível, é necessária a espera no Cenáculo; é necessário que nos tornemos uma coisa só na caridade, abramos a alma e invoquemos o dom do Espírito Santo, colocando-nos junto a Maria, o modelo da humildade que crer e espera tudo do Senhor.

Disse Jesus a seus Apóstolos: “Como o Pai me enviou, assim eu vos envio” (Jo 20,21). As palavras de Jesus valem todos os dias, em qualquer uma das situações em que vivermos. Mas quem de nós sente a própria vida com esta lucidez de fé e sente a emoção pelo fato de ser enviado por Cristo?

Somente o Espírito pode dar-nos a luz para entendermos a entrega de Cristo e pode fazer-nos sentir a alegria de viver para Ele.

Jesus diz também: “Recebam o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem não lhes perdoardes, não serão perdoados”. (Jo 20,22-23). Jesus não quer dizer que a sua Igreja há o poder quase caprichoso de perdoar quando e como quer. Também a Igreja está sob o juízo da Palavra e ela (a Igreja) sabe bem disso. Ele recorda contemporaneamente que a sua Igreja é feita de pecadores em contínua conversão. Não haveria, de fato, dado o poder de perdoar os pecados, se não tivesse a certeza da existência dos pecados dos seus discípulos. Ele quer destacar o fato que não é possível amá-lo, sem amar a Igreja; não é possível crer nele, sem crer também na mediação da Igreja que Ele quis por livre decisão de amor.

Que o Divino Espírito Santo desperte em nós a consciência de sermos mediadores e, ao mesmo tempo, necessitados desta mediação para vencermos os tormentos do pecado que aflige, fere e angustia tanto os nossos corações.

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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