XXV Domingo Tempo Comum C
O último lugar é a alegria de Deus… e nossa
A perseguição do justo é o tema da primeira leitura. Espontaneamente vem nos perguntar: porque o honesto, o humilde, o crente verdadeiro… são perseguidos? A resposta vem da palavra de Deus: “Os ímpios dizem: Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina (Sab 2,12). Assim aconteceu com Cristo que chegou a exclamar: Me odiaram sem razão! (Jo 15,25). Assim aconteceu com os apóstolos, os quais bem sabiam que não deviam esperar uma sorte diversa daquela do Mestre. Jesus, de fato, lhes havia avisado: Como perseguiram a mim, assim perseguirão também vocês (Jo 15,20). Assim acontecerá com cada pessoa que acolhe em sua vida o dom da justiça, da fidelidade e da coerência.
Qual é a revolucionária novidade que nós cristãos devemos levar ao mundo? Responde-nos Jesus quando no Evangelho interroga os apóstolos: O que discutíeis pelo caminho? (Mc 9,33). Cabem aqui outras interrogações semelhantes: Por que vocês me seguem? Quais são as suas intenções? Na verdade, os apóstolos não estavam com intenções límpidas, sinceras, transparentes. Jesus destaca este risco e por isso nos adverte para sermos vigilantes e atentos a todas às nossas fraquezas e mesquinharias.
Depois, com lucidez e coragem, Jesus nos apresenta a sua proposta que eleva todos os nossos pensamentos e todas as nossas medidas. Ele categoricamente diz: Se alguém quer ser o primeiro, seja o último e o servo de todos (Mc 9,35). É extraordinário que um Mestre proponha aos seus discípulos de colocar-se no último lugar! E é ainda mais extraordinário que tal proposta tenha encontrado, no curso dos séculos, tantos consensos, tantas respostas, tantas adesões!
Procuremos entrar no senso da proposta de Jesus. O que entendemos quando Ele nos propõe de buscar o último lugar? Antes de tudo, Ele contesta a vida que está sempre na busca do prestígio; contesta a vida reduzida a competição; contesta a vida consumida para dar fôlego ao orgulho e à presunção. Na verdade, onda há o orgulho, há também o fruto venenoso da violência. O que diz São Tiago na segunda leitura? De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm, justamente, das paixões que estão em conflito dentro de vós? Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais e cultivais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir. (Tg 4,1-2).
Por isso a via de Cristo, que é sabedoria que vem do alto, é a via da humildade. Ele afronta o vazio orgulho do homem contrapondo-lhe a verdadeira grandeza: A grandeza de viver para os outros, de servir os irmãos, de dar a vida. Esta é a revolução de Jesus. Ele nos faz saber que em Deus não há outra força fora da força do Amor.

HOMILIA POR OCASIÃO DOS 80 ANOS DA DIOCESE DE OEIRAS
“Acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? Quis a Providência Divina que nos reuníssemos hoje,