Liturgia Dominical: “Deus promete, Deus cumpre”

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Segundo Domingo da Quaresma

Deus promete, Deus cumpre.

Diante dos terríveis problemas do mundo nós somos tentados a pedir a Deus uma intervenção espetacular e imediata. É a proposta das tentações que vimos domingo passado. Cristo responde: “Não é esta a estrada de Deus!”.

As leituras deste domingo esclarecem qual é a estrada de Deus. Deus chama Abraão, um nômade insignificante, o chefe de um pequeno clã perdido entre os fenômenos migratórios daquela época. A este homem Deus diz: “Olha, eu farei de ti um povo imenso. Olha o céu e conta as estrelas: assim será a tua descendência”. No momento a coisa parecia impossível. Pra começar Sara era estéril. No entanto Abraão acreditou e toda a sua vida foi uma conseqüência da sua fé. Hoje nós vemos com os nossos olhos o pleno cumprimento da promessa de Deus. Hoje mais de dois bilhões de pessoas se reconhecem na fé de Abraão. Ele é veramente pai de uma multidão imensa. Mas Abraão é a primeira argola de uma longa corrente que conduz a Cristo, que é o coração da promessa. E o que acontece com Jesus? A mesma coisa: Uma promessa, um cumprimento, uma nova promessa.

Sigamos o Evangelho. Trata da transfiguração. Diz o Evangelho: “Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago e subiu à montanha para rezar” (Lc 9,21). Enquanto rezava acontece uma transformação e apareceram Moisés e Elias, que falavam com ele do seu êxodo, da sua partida. Foi como um improviso abrir-se de uma tenda, a remoção de um véu. Os apóstolos ficaram surpresos e encantados. Mas por que Jesus fez isto? Para fazer entender que na pobreza, no sofrimento, na paixão, Deus permanece onipotente.

Como reagiram os apóstolos? Pedro, mais uma vez, joga fora uma resposta tanto humana: “Façamos três tendas e fiquemos aqui!”. Comenta Lucas: “Pedro não sabia o que estava dizendo”. Por quê? Pedro cede à tentação de querer parar a vida nos momentos belos e extraordinários, refutando todo o caminho da vida humana que inclui também a cruz.

Perguntamos: Tornou-se realidade a promessa de Cristo? Ou seja: Cristo veramente ressuscitou? O prodígio do cristianismo parte exatamente desta certeza. Pedro, João, Paulo disseram ter visto Jesus ressuscitado e toda a vida deles foi uma prova tenaz desta certeza até à morte. Desde aquele dia até hoje se passaram tantos séculos e, no entanto uma multidão de pessoas aproximando-se da Igreja e vivendo na Igreja se deu conta de algo extraordinário: Cristo Ressuscitado. Acreditou e a vida mudou totalmente.

É desta convicção que vêm as palavras de São Paulo: “Somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso” (Fp 3,20-21).

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

 

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