Liturgia Dominical: “Da- me de beber! Tenho sede!””

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Terceiro Domingo da Quaresma

Dá-me de beber! Tenho sede!

Neste terceiro domingo da quaresma a Igreja nos proporciona a oportunidade de refletirmos sobre o encontro de Jesus com a Samaritana (Jo 4,5-42). Procuremos neste episódio descobrir qual é o rosto de Deus. Jesus passa pela Samaria, a região dos heréticos. Ele dirije a palavra a uma mulher samaritana, pública pecadora. Por que este comportamento de Jesus? A resposta é uma só. Jesus claramente supera os obstáculos criados pelas nossas maldades e nos recorda que o amor de Deus não exclui ninguém e, sobretudo, vai em busca de todos. Deus ama a todos. Insisto: todos! Inclusive àqueles que são indiferentes e hostis a Ele, à Sua Igreja e a cada um de nós.

Entremos na narração do Evangelho: “Uma mulher da Samaria chegou para tirar água. Jesus lhe disse: “Dá-me de beber!” Seus discípulos haviam ido comprar alimento. Diz-lhe, então a Samaritana: “Como, sendo Judeu, tu me pedes de beber, a mim que sou Samaritana?” (v. 7-9) O Senhor dirige-se à mulher. Não tem medo dela que é uma pecadora. Nada de indiferença!

Ele fala primeiro, rompendo o silêncio. Pede um pouco de água. O Senhor do universo se faz mendicante para dar ao homem a possibilidade de viver a mais sublime característica de Deus: o dom, o ser para os outros, o viver para os outros.

A Samaritana responde a Cristo, porém, de modo hostil. Mas Jesus vai adiante e diz: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva!” (v. 10). Jesus entra no discurso da verdadeira sede da pessoa. Ele imediatamente recorda à mulher que a sede das coisas aqui na terra é ilusória. Todo o mundo colocado junto não pode preencher o coração humano, não pode resolver o problema de uma vida. Existe uma outra água; uma outra felicidade: mais plena, mais verdadeira, mais autêntica. A vida de São Francisco de Assis é uma prova disso, assim como os demais santos que deixaram tudo para beberem da verdadeira água que mata a sede do homem.

Jesus promete uma alegria inédita, aparentemente incrível. Ele diz: “Quem beber da água que lhe darei, nunca mais terá sede. Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele fonte de água jurrando para a vida eterna” (v. 14). Que água é esta? E a vida de Deus. A vida da caridade, a vida do serviço, a vida do puro dom.

Também nós estamos andando ao Poço de Sicar, ou seja, procuramos na vida algo que satisfaça a nossa sede de felicidade. Jesus nos recorda que existe uma água viva, que é dom de Deus e nos convida a segui-lo. Sem medo, sem discussões sigamos o Senhor e não teremos mais sede, porque Deus não é uma gota de alegria, mas o oceano infinito da alegria.

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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