Liturgia Dominical: “Contra o pecado, mas a favor dos pecadores”

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Quinto Domingo da Quaresma
Contra o pecado, mas a favor dos pecadores

Eis a cena do evangelho de hoje: uma mulher é encontrada com um homem que
não era o próprio marido. Certamente o pecado é grave. É a banalidade do amor que se
reduz só ao extinto. É um pecado que trai o verdadeiro sentido do amor dado por Deus.
Porém nasce o problema: o que fazer diante desta situação? Fingir que o problema não
existe? Certamente não. É preciso intervir. Mas como? Os fariseus, conforme narra o
evangelho intervêm. E como! Jogam a mulher diante de Jesus e esperam a sentença de
morte. Querem agir imediatamente, mas, para experimentar Jesus, buscam nele a
decisão da sentença. Cristo permanece mudo e inclinando-se, começa a escrever com o
dedo no chão. Gesto estupendo de tristeza e de superioridade ao mesmo tempo.
Evidentemente Cristo não é de acordo com a atitude da prostituta. Não vamos imaginar
que Cristo seja favorável à prostituição. Mas também ele não concorda com o
procedimento dos fariseus. Cristo desaprova a intervenção hipócrita de quem tem
somente o gosto de condenar.

Quantas vezes diante do pecado nós somos tentados a ter o mesmo
comportamento dos fariseus. “Errou, portanto, condena!” Mas por que errou? Talvez
ninguém o tenha ajudado. “Mas isto não conta”. Cristo responde: O bem não se impõe
com ferro e fogo. O mundo não pode mudar à base dos fuzis.

Outro ensinamento de Jesus: “Quereis condenar? Quem não tiver pecado, atire a
primeira pedra”. Todos, um a um, lentamente, começando pelos anciãos deixaram as
pedras e foram embora. Na verdade todos eles eram pecadores, no entanto queriam
condenar. Evidentemente Jesus quer dizer: Não vos julgueis bons só porque os outros
não sabem dos vossos pecados. Deus vos conhece. Todos vós sois pecadores e, portanto
não deveis ter a presunção de condenar-vos uns aos outros.

O que então devemos fazer diante do mal e do pecado? Se for necessário
intervir, qual é o caminho? Vejamos o que diz Jesus àquela mulher: “Mulher, onde
estão eles? Ninguém te condenou?… Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora
em diante não peques mais” (Jo 8,10-11). Cristo não aprova o comportamento da
adúltera e é claro na orientação: “Não peques mais”. Aqui é clara a intenção de Cristo: a
recuperação do pecador, a salvação, a reconquista do bem. O pecado é condenado, mas
o pecador é sempre amado, sempre procurado, sempre esperado. Cristo não faz a
apologia do pecado, mas a apologia do perdão.

Dom Edilson Soares Nobre
Bispo Diocesano de Oeiras

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