Liturgia Dominical: “A quem muito foi dado, muito será pedido”

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Décimo Nono Domingo do  Tempo Comum

A quem muito foi dado, muito será pedido

No Evangelho de hoje os discípulos de Jesus são comparados a pequenino rebanho, ao qual é confiado o Reino. O Reino se manifesta a partir dos pequenos que confiam no Senhor e agem como o Senhor os orienta. É daí que surge a nova sociedade. “Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe…” (Lc 12,33). Eis um excelente convite à partilha. Não se trata de dar algumas moedinhas, mas de partilhar o que somos e o que temos. É uma proposta ideal que faz oposição ao sistema econômico vigente, fundado na concentração. Um grande exemplo de resposta a esta proposta de Jesus é Zaqueu que dá aos pobres 50% do que tem. É assim que o Reino de Deus cresce e se manifesta. Essa riqueza não se estraga, não perde o seu valor, não pode ser roubada nem consumida.

Na seqüência do Evangelho Jesus faz um convite à vigilância ativa na espera do Senhor. A prontidão é a atitude básica que caracteriza os discípulos de Jesus: “Estejam com os rins cingidos (mangas arregaçadas) e com as lâmpadas acesas” (Lc 12,35). A parábola dos servos que esperam seu senhor voltar do casamento (vv. 36-38) serve para ilustrar a vigilância e prontidão próprias dos cristãos. Estes têm uma certeza: o Senhor vem. Porém, ninguém sabe quando virá. Outro detalhe: o Senhor que volta é alguém muito especial porque, ao encontrar os servos vigiando, os fará sentar à mesa e servirá. Esse elemento nos ajuda a passar do nível superficial ao nível profundo da parábola: o Senhor é Jesus que veio para dar a vida. Mas a vida que ele concede não nos chega de mão beijada, e sim através do discernimento (vigilância e prontidão) que produz vida na sociedade.

Os vv. 39-40 contêm outra parábola, a do ladrão que chega sem ser esperado. Deus se apresenta em nossa história de forma inusitada e, sem vigilância e prontidão, corre-se o risco de perder o dom que é feito na pessoa de Jesus.

Na seqüência Pedro entra em cena com uma pergunta: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos? (v. 41). Jesus não responde diretamente à pergunta de Pedro. Em forma de pergunta, ele conta outra parábola, a do administrador fiel e prudente: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa?” (v. 42). A vigilância, nesta pequena parábola, se transforma em serviço, assumindo assim sua característica peculiar. Vigiar, portanto, não é policiar a ação pastoral da comunidade e sim pôr-se a serviço, a exemplo do senhor que serve (v. 37). Quem, pois, é esse administrador fiel e prudente que faz de sua vida um serviço pleno à comunidade?

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

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