Liturgia Dominical: “A força do apostolado está na unidade”

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XV Domingo do Tempo Comum

A força do apostolado está na unidade

A primeira leitura de hoje coloca em confronto duas pessoas: Amasias e Amós. Estes personificam dois modos diferentes de viver a fé e a relação com Deus. Amasias é um profeta a serviço do rei. Em conseqüência procurará sempre dizer o que agrada ao rei e não aquilo que Deus quer. Amós, ao contrário, é um profeta verdadeiro, um homem que vive uma fé límpida e coerente. Ele não se move por interesses humanos e, portanto, não tem medo de gritar contra os pecados de Israel e, inclusive, os pecados do rei. Amós anuncia a verdade, mesmo quando é incômoda, porque ele vive a sua vida como um serviço obediente a um chamado de Deus. Amasias representa o perigo de usar a fé em função dos próprios interesses humanos; o perigo de fazer da religião um instrumento para dominar, para enriquecer e para ter privilégios. Amós, ao contrário, com a sua vida recorda a todos nós o dever da coerência e da fidelidade e o empenho em defender a  religião  para não ser envenenada do oportunismo.

O Evangelho esclarece ainda mais o espírito que deve possuir o apóstolo e, conseqüentemente, cada discípulo do Senhor. Jesus chamou os doze e enviou-lhes dois a dois. Por quê? Para recordar que os crentes não devem viver a fé isoladamente, mas que devem ser fermento na massa. Isto deve acontecer na unidade, na caridade, na comunhão de espírito com os outros irmãos.

Infelizmente, reconhecemos que muitas iniciativas de apostolado não convencem ninguém porque partem de cristãos divididos, em desacordo, sem caridade!

Diz Jesus aos apóstolos: “Não leveis nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura” (Mc 6,8-9). Evidentemente, não devemos interpretar as coisas ao pé da letra, mas, certamente, Ele nos faz estas recomendações: que os apóstolos devem ter um espírito livre, desapegado, disponível a tudo em vista da missão. Os apóstolos não devem apegar-se a nada e a ninguém. Devem apoiar-se somente em Cristo.

Por último, diz Jesus: “Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés como testemunho contra eles!” (Mc 6,11). Com estas palavras Jesus recorda que fazer o bem nem sempre significa ter sucesso neste mundo. Pode acontecer que, depois de ter realizado o nosso dever, encontremos hostilidade e ingratidão. Jesus nos previne para não sermos ingênuos. É como dizer: “preparem-se para isto e mantenham-se serenos. Vocês devem trabalhar em nome de Deus e por amor a Deus”.

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

 

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