Liturgia Dominical: “A fé não dá direitos, mas deveres”

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Trigésimo Terceiro Domingo  do Tempo Comum

A fé não dá direitos, mas deveres

Qual é o futuro da vida humana? O que nos espera no outro lado desta vida? São questionamentos que todos fazem. Alguns respondem sufocando o problema. Outros dão respostas insuficientes (daí porque se difundem a magia, o horóscopo, a astrologia, etc). São respostas falsas a questões verdadeiras. Nós buscamos em Deus as respostas a tais questionamentos. Deus é o único que pode responder.

A primeira leitura vem do livro de Malaquias. Muitos judeus diziam: “Vamos felicitar os soberbos; eles progridem praticando o mal, desafiam a Deus e não são castigados” (3,15). É a objeção de sempre! O profeta responde com um anúncio de fé; um anúncio que diz respeito ao futuro: “Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha… Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça” (3,19-20). Nestas palavras do profeta tem a humilde admissão da gravidade dos fatos da história humana, tem o reconhecimento da situação de injustiça que se move na história… mas tem uma esperança: Deus é Deus e, por isso, chegará o dia do triunfo do justo que se apóia no Senhor.

O evangelho retoma o mesmo problema e o ilumina com uma resposta mais detalhada porque, em Cristo, Deus nos deu tudo o quanto ele considerava útil para o caminho da nossa vida. O discurso de Jesus é provocado por uma circunstância: o espetáculo do templo de Jerusalém. Era uma construção esplendida “enfeitada com belas pedras e com ofertas votivas” iniciada no século XIX a.C. para cativar a simpatia dos hebreus. No ano 30 o templo era em boa parte concluído e, certamente, os hebreus eram orgulhosos pela magnificência do edifício. Mas Jesus, olhando o templo, pronuncia palavras assustadoras: “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra” (Lc 21,6). A profecia se concretizou nos anos 68-70, quando Tito conquistou Jerusalém e destruiu o templo. Ainda hoje resta o muro da lamentação como testemunha indiscutível da verdade das palavras de Cristo.

Mas o que significa esta profecia de Jesus? Assim como o templo, expressão da corrupção religiosa de Israel, terminou miseravelmente, assim terminará toda corrupção, toda prepotência, todo poder. O juízo de Deus sobre a cidade de Jerusalém é uma advertência: o ímpio será disperso e o justo florirá. Certamente, este é um ato de fé, mas a história já nos deu provas mais que suficientes a favor da palavra de Cristo. Resta-nos confiarmos em suas palavras e testemunharmos a nossa fé com o firme propósito de colocar em prática as lições ensinadas pelo nosso Mestre. “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21,19).

 

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

 

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