A Bíblia aberta, em qualquer página, é, sempre, ensinamento certo. Mas, algumas páginas são “o máximo” porque tocam o âmago da nossa existência e de todo o cosmo.
A filosofia (e, por conseguinte, os outros conhecimentos) sempre se perguntou sobre a origem das coisas, buscando a sua “arché”. E, toda a busca pela origem, sempre, fez chegar a uma matriz geradora. Toda forma de vida, no universo, tem sua origem numa matriz geradora, ainda que interna a si mesma.
Uma primeira maneira de entender a origem das coisas está relacionada a uma força primordial-causal, ou seja, uma origem comum a tudo e a todos. A ciência fala num “Big Bang” (a Grande Explosão); a fé, no entanto, fala no “Fiat Divino” (ou seja, o Faça-se Divino como descrito no Gênesis).
Uma segunda maneira de entender a origem das coisas é relaciona-la com uma genitora, procriadora, genetriz, geradora… uma mãe.
No caso específico do ser humano, a identificação da origem pessoal consiste, quase que, num imperativo existencial. Não é sem razão que os adotados, via de regra, não se conformam com o silêncio ou omissão sobre quem são os seus pais.
Ter uma mãe (mais do que ter um pai) parece expressar toda a força do ser de um indivíduo. Ter uma mãe é existir! Ter uma mãe é viver! Ter uma mãe é tudo!
Ora, o próprio autor da vida, Jesus Cristo, quis precisar de uma mãe para entrar em nossa existência humana, de modo humano. Diz a Sagrada Escritura que Ele “esvaziou-se de sua divindade” (Fl 2,6.7).
No alto da cruz, em meio a dores e sofrimentos, tendo a mãe Maria do seu lado, Jesus realiza um dos maiores atos de sua benevolência: salva a humanidade da orfandade espiritual e do insuportável sofrimento de passar horas difíceis sem a mãe por perto.
O evangelista João é quem narra, com detalhes consoladores, a entrega que Jesus faz da Mulher-Maria como Mãe-Maria a João e, por conseguinte, a toda a humanidade: “A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: ‘Mulher, eis aí o seu filho.’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí a sua mãe.’ E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,25-27).
A piedade popular soube traduzir nos versos da oração, a confiança e o carinho devotados a mãe de Jesus e nossa, nas diversas necessidades desta vida:
Quando do meu coração o demônio se avizinha;
nas lutas da tentação, eu penso em minha Rainha
e, digo sem mais demora:
“Eu sou de Nossa Senhora e nossa Senhora é minha”
Quando em face de um dever, a coragem se definha
e, me sinto enfraquecer, eu penso em minha Rainha
e digo sem mais demora:
“Eu sou de Nossa Senhora e nossa Senhora é minha”
Se alguém me faz sofrer, se alguém me fere e espezinha,
ainda com o pranto a correr, eu penso em minha Rainha
e, digo sem mais demora:
“Eu sou de Nossa Senhora e nossa Senhora é minha”
Mas também no Paraíso, quando eu chegar pobrezinha,
dirá num doce sorriso a minha amável Rainha:
“Façam-na entrar sem demora esta filha é toda minha!”
Temos uma mãe neste mundo por graça e bondade de Deus. Mas, com a mesma graça e bondade providenciou, para nós, uma mãe grandiosa no céu.
Feliz dia das mães!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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