Domingo de Ramos: “Bendito aquele que vem em nome do Senhor!”

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DOMINGO DE RAMOS

“Bendito aquele que vem em nome do Senhor!”

A liturgia deste domingo nos convida a entrarmos em Jerusalém e cantarmos: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito aquele que vem em nome do Senhor” (Mt 21,9). Mas imediatamente aparece a sombra da cruz. Então compreendemos que o triúnfo de Deus é a sua paixão, porque a paixão é a hora do amor infinito de Deus.

A paixão no coração de Cristo inicia no Cenáculo. Durante a ceia Jesus exclama: “Um de vós me trairá!” (Mt 26,21). O sofrimento de Cristo não está tanto no anúncio da traição, quanto na triste verdade que o traidor é um dos apóstolos. Qual é a reação de Cristo? Depois do anúncio da traição, Ele doa a Eucaristia à Igreja. Ele, através de um ato supremo de amor, reabilita a humanidade, oferecendo o seu Corpo e o seu Sangue.

Quando Judas aproxima-se de Cristo no Horto das Oliveiras, ele sinala a sua traição através de um beijo. Nada pior que um beijo recebido de um traidor. É algo repugnante este gesto de amizade usado para trair um amigo. Jesus, com palavras desconcertantes, oferece ainda a Judas um sinal de misericórdia, tentando abrir o coração endurecido do traidor. Jesus lhe diz: “Amigo, por isto estás aqui?” (Mt 26,50). O chama “amigo”, para dizer-lhe que nada mudou da parte de Deus. Deus vence pela Paixão; Deus vence ainda hoje. Também nós devemos vencer o mal cada dia.

Quando Pedro renega Jesus em um momento de fraqueza e insiste dizendo: “Não conheço aquele homem” (v. 74), também ele experimenta a misericórdia de Deus. Jesus, improvisamente fixou o olhar sobre Pedro, o qual se recordou das palavras que o Senhor lhe havia dito: “Antes que o galo cante, hoje me renegarás três vezes” (v. 75).

O olhar de Jesus é desconsertante! Pedro percebe naquele momento o absurdo do seu comportamento: enquanto Jesus era conduzido para o Calvário para morrer por ele, este envergonhava-se de tê-lo conhecido. Porém, mais uma vez, o triúnfo de Deus é a misericórdia. Pedro afortunadamente o entendeu. Diz-nos o Evangelho que Pedro “chorou amargamente”. Aquelas lágrimas lhe restituíram a alegria do perdão da parte de Deus.

A Semana Santa ajuda-nos a entender o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus e nos conduz também a esta experiência de nos sentirmos amados por Deus com um amor infinito e incondicional. É provável que, como Pedro, percebamos o quanto deixamos a desejar em nossa resposta de amor, Mas, certamente, é aí (chorando amargamente pelas nossas fraquezas) que Deus nos oferece a oportunidade de repensarmos as nossas ações e renovarmos o nosso compromisso de discípulos de Nosso Senhor.

Dom Edilson Soares Nobre

Bispo Diocesano de Oeiras

 

 

 

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