Você já reparou que qualquer coisa ou pessoa é excelente quando está longe, boa quando está perto e incômoda quando está no dia-a-dia? Não fica a impressão, sempre, que, quanto mais longe é melhor?
A questão é que toda e qualquer convivência, todo relacionamento muito próximo é muito complexo e exige muito de quem está próximo. Estar próximo, no dia-a-dia, com qualquer coisa ou pessoa é ficar exposto; é revelar-se; é sair da toca; é mostrar a verdade sobre si e conhecer a verdade do outro.
Ninguém consegue disfarçar o que realmente é, por muito tempo, quando está muito próximo, no dia-a-dia. Nada fica escondido na proximidade. É por isso que, ficar longe parece ser melhor e mais agradável; mais ‘seguro’. Não tem conflito; não tem crise; mas, também, não tem crescimento, amadurecimento e mudança.
Quem escolhe uma vida-faz-de-conta, procura ficar, sempre, muito longe, distante, fora do alcance para que ninguém descubra suas verdades e mentiras. Quem procede assim, não vive, camufla; mantém uma vida de aparências.
É necessário não ter medo de aproximar-se de ninguém. Pelo contrário, isso deve ser uma regra de convivência. Certamente, vai custar muito mais… renúncia, sofrimento, lágrimas, persistência, paciência, coragem, fé, perdão… Porém, vai lhe render muitas descobertas, sobre si mesmo, sobre os outros e sobre Deus; vai lhe proporcionar muitos avanços; vai lhe garantir muitas conquistas; vai lhe fazer mais humano.
O Natal é a festa da proximidade e, portanto, da revelação! Deus não veio, apenas, visitar-nos e, nem tão pouco, morar entre nós; ele veio morar em nós; dentro de nós. Mais próximo seria impossível.
No natal, Deus nos põe em crise porque o nascimento de Cristo tudo revela; não deixa nada obscuro; nada fica escondido; todo disfarce é desbancado; toda máscara é quebrada; toda falsidade é descoberta.
A profecia. “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e uma luz brilhou para os que habitavam um país tenebroso. Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real, e ele se chama ‘Conselheiro Maravilhoso’, ‘Deus Forte’, ‘Pai para sempre’, ‘Príncipe da Paz’. Grande será o seu domínio, e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com o direito e a justiça, desde agora e para sempre” (Is 9,1.5-6).
A promessa. “Por causa de Sião não ficarei em silêncio, por causa de Jerusalém não ficarei quieto, enquanto a justiça não surgir para ela como aurora e enquanto sua salvação não brilhar como lâmpada. Você então será chamada com o nome novo que a boca de Javé indicou. Como o jovem se casa com uma jovem, o seu criador casará com você; como o esposo que se alegra com a esposa, seu Deus se alegrará com você” (Is 62,1-2.5).
O anúncio. “O anjo disse: ‘Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.’ Maria perguntou ao anjo: ‘Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?’ O anjo respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus’.” (Lc 1,30-35).
Cumpre-se a profecia e a promessa. “Enquanto estavam em Belém, se completaram os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou, e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles dentro da casa” (Lc 2,6-7).
Neste natal deixa Deus surpreender você! Deixa o natal acontecer de verdade!
Feliz Natal!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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