Deus é a verdade: Ele chama à luz!

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“Deus disse: ‘Que exista a luz!’ E a luz começou a existir” (Gn 1,3).

É num contexto de terra sem forma e vazia e de trevas cobrindo o abismo que, Deus chama a Luz à existência. Não é sem razão que, o primeiro ato criador de Deus seja o de encher a terra de luz. Sem luz a terra continuaria sem forma e vazia, mesmo que estivesse povoada por alguma forma de vida. Sem luz, o abismo dominaria tudo e levaria tudo ao nada. Que razão teria a ação e as obras de Deus ocultadas pelas trevas? A luz é necessária; dá visibilidade à ação de Deus e, à todas as suas obras.

O mundo está cheio da luz de Deus. Desta forma, enquanto a luz deixa claro o que Deus faz, ao mesmo tempo, revela qual é a sua Vontade. Ele quer que exista luz e que o mundo permaneça na luz. Esta é a vocação primeira do mundo: a luz. Isso significa que, tudo o que está no mundo ou vive no mundo é chamado à luz, como vocação primeira.

Ainda no relato da criação, é interessante notar como Deus, usando a luz, põe ordem no céu e na terra. A luz tem poder para separar, marcar, iluminar e regular. A luz domina o tempo e o espaço: “Deus disse: ‘Que existam luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite e para marcar festas, dias e anos; e sirvam de luzeiros no firmamento do céu para iluminar a terra’. E assim se fez. E Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para regular o dia, o luzeiro menor para regular a noite, e as estrelas. Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra, para regular o dia e a noite e para separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom” (Gn 1,14-18).

A verdade e a luz se encontram e se fundem. Isso acontece de tal maneira que podemos dizer que: a verdade é luz e a luz é verdade. De outra maneira, podemos dizer que, toda a verdade de Deus encontra-se com toda a verdade da luz. Deus é a verdade da luz e a luz da verdade.

A relação entre verdade e luz é tão forte, profunda e vital que, ganhar existência, nascer, vir ao mundo é sinônimo de ter sido dado à luz. Que expressão feliz! Que maneira de falar mais significativa. Que precisão! Que preciosidade.

Portanto, se a vida é o dom por excelência; o chamado dos chamados; a vocação das vocações… é porque está situada no universo da luz. E, não dá para falar de vida sem falar de luz. Nisto encontra-se a verdade da existência e de todo ser vivo existente.

O profetismo bíblico não se cansa de situar o bem da vida do Povo de Deus, na fidelidade e na obediência aos Mandamentos, como luz para o caminho: “Venha, casa de Jacó: vamos caminhar à luz de Javé” (Is 2,5) e “Ai dos que dizem que o mal é bem, e o bem é mal; dos que transformam as trevas em luz e a luz em trevas; dos que mudam o amargo em doce e o doce em amargo!” (Is 5,20).

O chamado profético tem como princípio a radicalidade da luz: “Eu, Javé, chamei você para a justiça, tomei-o pela mão, e lhe dei forma, e o coloquei como aliança de um povo e luz para as nações” (Is 42,6). “É muito pouco você tornar-se o meu servo, só para reerguer as tribos de Jacó, só para trazer de volta os sobreviventes de Israel. Faço de você uma luz para as nações, para que a minha salvação chegue até os confins da terra” (Is 49,6).

No contexto da Segunda Aliança, Jesus se autodefine como luz: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida” (Jo 8,12); situa a fé no âmbito de luta contra as trevas: “Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em mim não fique nas trevas” (Jo12,46); identifica os seus discípulos: “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5,14); formula as expectativas em relação a seguimento: “Que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o pai de vocês que está no céu” (Mt 5,16) e retoma o ordenamento da Vontade do Pai: “Porque é esta a ordem que o Senhor nos deu: ‘Eu coloquei você como luz para as nações, para que leve a salvação até aos extremos da terra’.” (At 13,47).

Deus é a verdade e, nos gerou como luz; por isso nos chama à luz: “Porque todos vocês são filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas” (1Ts 5,5)

 

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