De quantas festas é feito um ano? Quantos são os feriados? Feriado é sinônimo de festa? Ou a festa extrapola os feriados? Qual é a sua relação com os feriados e as festas? Você gosta ou não dos feriados? E das festas? Gosta das “pontes” que são feitas nos feriados? O que você fez no último feriado? O que pretende fazer no próximo (ou nos próximos)?
E, por falar em festa…
A verdade é que fazemos de tudo, “damos o sangue” por uma comemoração, uma festa, um feriado… Calendário nas mãos, uma das primeiras coisas que fazemos é contar nos dedos, calcular, medir as datas grafadas em vermelho e, por conseguinte planejar viagens, passeios, etc… Aliás, cada ano é pródigo de feriados fora dos finais de semana, o que aumenta, consideravelmente, as famosas “pontes” de feriado. E, ai, como diz a moçada, “é só alegria”.
Temos a fama de ser um povo festeiro. Para isso inventaram até um slogan: “no Brasil as coisas acabam em samba e em pizza”; que faz referência a um jeito bem brasileiro de encarar a vida e que até serve para classificar uma posição incômoda de falta de seriedade nas coisas.
Não há nada de errado ser como somos. A questão que aqui se impõe não questiona a identidade do brasileiro. Pelo contrário questiona o fato de que não podemos reduzir a vida a umas boas gargalhadas, comida e bebida.
O direito à festa é, talvez, um dos únicos que não conseguiram expropriar da gente. Fazer festa é conosco mesmo! Mas, é certamente a inventividade do nosso povo que descapitaliza a mercantilização das festas populares, mania de querer obter lucro em tudo, a que se propõe o capitalismo. Tomemos como exemplo a páscoa, o natal… O seu verdadeiro espírito foi deposto, em razão e benefício do que se compra e do que se vende.
O segredo da festa não está no dinheiro. Se assim fosse, em nosso país haveria festa para poucos. Inacreditavelmente, é na mesa dos pobres que a melhor festa acontece. Não simplesmente pelo que se come (porque as vezes nem há a comida mas, há a festa), mas pelo que acontece em torno da festa: “vaquinha”; partilha; espontaneidade; simplicidade… Fartura não é quantidade é partilha. Fartura é sinônimo de comunidade, de irmandade, de fraternidade. Porque não se senta à mesa só para encher o estômago. Se senta à mesa, antes de mais nada, para partilhar a vida.
Eis o segredo do espírito brasileiro: existe muita solidariedade entre as pessoas, não apenas aquela das comemorações, mas aquela do cotidiano. É de onde menos esperamos que acontece o que mais necessitamos.
É depois das festas que devemos ver o que ficou das festas.
Se baseamos a alegria no dinheiro, haverá muitas contas a pagar, com o inconveniente de se arrastar dívidas por longas datas, afetando o rítimo normal da vida. Quer dizer, não adianta comer num dia tudo o que se devia gasta num ano. A moderação é medida de equilíbrio. Dar o passo maior que as pernas é correr o risco de cair e se machucar. A ostentação e o luxo pode transformar a festa num sepultamento. E não podemos ficar “enterrados” o ano todo em dívidas e lamentações, para não comprometermos o sagrado direito da alegria proveniente de toda boa festa.
Saiba utilizar as festas e feriados: bom senso é sempre uma boa medida para que tudo dê certo!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
Foto: Google