Nossa boca não foi feita para a murmuração e nem os nossos lábios para a ingratidão. Mas, se por ventura, existir murmuração em nossa boca e ingratidão em nossos lábios, é porque, antes, o nosso coração foi invadido pelo orgulho e pela soberba.
O nosso olhar enquanto se prende a nós mesmos, como referência para tudo, acaba por nos manter cegos, insensíveis e ignorantes frente às inúmeras evidências de bens que, por providência e graça de Deus e das pessoas, chegam até nós sem custo nem ônus. Mesmo quando nossas conquistas são frutos do esforço pessoal, da dedicação e do e suor, ainda assim, uma multidão de gente está na retaguarda, nos bastidores, nos arredores e até do nosso lado.
Todas as conquistas envolvem méritos que, não são, exclusivamente, nossos. E, já que muitas forças, luzes, conselhos, apoios e suportes concorrem para que obtenhamos êxito nas lidas e lutas, é justo e necessário reconhecer quem, quantos, quando e como saltamos de possíveis e iminentes fracassos, vergonhas e derrotas para o nível de vencedores com a cabeça erguida.
Reconheçamos, portanto, e sejamos agradecidos às inúmeras ajudas, socorros e providências que, todos os dias, a vida toda, chegam até nós e nos firmam, nos confirmam e nos mantém dignamente.
O louvor e a gratidão é coisa de gente sábia. Portanto, buscar a sabedoria deve ser nossa maior obsessão.
Eis o que nos diz o livro da Sabedoria, 1,1-16
“Amem a justiça, vocês que governam a terra. Pensem corretamente no Senhor e o procurem de coração sincero. Pois ele se deixa encontrar por aqueles que não o tentam, e se manifesta para aqueles que não recusam acreditar nele. Os pensamentos tortuosos separam de Deus, e o poder dele, posto à prova, confunde os insensatos.
A sabedoria não entra na alma que pratica o mal, nem habita num corpo que é escravo do pecado. O espírito santo, que educa, foge da fraude, afasta-se dos pensamentos insensatos, e é expulso quando sobrevém a injustiça.
A sabedoria é um espírito amigo dos homens, mas não deixa impune quem blasfema com os lábios, porque Deus é testemunha de seus sentimentos, observa de fato a sua consciência e ouve as palavras de sua boca.
O espírito do Senhor enche o universo, dá consistência a todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz. Por esse motivo, quem fala coisas injustas não escapará dele, e a justiça vingadora não o poupará. Haverá investigação sobre os projetos do injusto, e o rumor das palavras dele chegará até o Senhor, e seus crimes ficarão comprovados.
Um ouvido atento tudo escuta: nem mesmo o sussurro das murmurações lhe escapa. Portanto, tomem cuidado com a murmuração inútil, e evitem a maledicência. Mesmo secreta, a palavra não fica sem conseqüências, e a boca mentirosa mata a alma.
Não procurem a morte, desviando a própria vida de vocês, nem provoquem a ruína com as obras que vocês praticam, pois Deus não fez a morte, nem se alegra com a perdição dos seres vivos. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo são sadias: nelas não há veneno de morte, nem o mundo dos mortos reina sobre a terra, porque a justiça é imortal.
Com gestos e palavras, os injustos invocam a morte para si mesmos. Eles pensam que a morte é amiga e a desejam ardentemente, chegando a fazer aliança com ela. São realmente dignos de pertencer à morte.”
A sabedoria dá sentido à vida! Busquemo-la com persistência e amor para que cresça em nós, a justiça e o amor!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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