CRISTO É O DIA

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A linguagem bíblica é, por vezes, incompreensível porque queremos dar a ela uma interpretação fundamentalista, dura, mecânica e matemática. A linguagem bíblica, no entanto, é dinâmica, viva, envolvente e aberta. Para entender a Bíblia é preciso renunciar aos esquemas pré-fabricados, às verdades pré-concebidas, os partidarismos absolutistas, ao unilateralismo ideológico e à impermeabilidade ao Espírito Santo.

As ações de Deus, em nossa vida, são as promessas se realizando, são os seus planos se efetivando como História de Salvação. Deus se revela nas suas obras. Toda a criação é emanação de Deus. As coisas não são Deus mas, Ele pode ser visto nelas.  Todas as coisas falam de Deus. Todas as coisas comunicam Deus. Até mesmo o tempo fala de Deus. Mais ainda, Deus é o tempo, a eternidade. O Tempo é a expressão do Ser de Deus.

No Antigo Testamento esta realidade do tempo põe em relevo o dia de Javé não só como a ocasião de sua ação (julgamento) mas, o próprio Deus em ação. O Dia de Javé coincide com o ser de Javé, como indica o texto seguinte: “Pois o dia de Javé está chegando para todas as nações. Como você fez aos outros, assim será feito a você. Os atos que você praticou cairão sobre a sua cabeça” (Ab 1,15). Confira, também, Is 2,12; Jl 1,15; Jl 3,4; Am 5,18; Sf 1,14.

No Novo Testamento, o Dia de Javé coloca em relevo o Cristo ressuscitado e sua obra de recriação. A ressurreição de Cristo é vida para os mortos, perdão para os pecadores e glória para os santos. Por isso, o santo profeta convida todas as criaturas para a festa da ressurreição de Cristo, exultando e se alegrando neste dia que o Senhor fez. A Luz de Cristo é um dia sem noite, um dia sem fim. O apóstolo nos ensina que este dia é o próprio Cristo, quando afirma: “A noite já vai adiantada, o dia vem chegando” (Rm 13,12). Ele diz que a noite já vai adiantada e não que ela ainda virá, a fim de compreendermos que a chegada da luz de Cristo afasta as trevas do demônio e dissipa a escuridão do pecado; com seu esplendor eterno ele vence as sombras tenebrosas do passado e impede toda a infiltração dos estímulos pecaminosos.

Este dia é o próprio Cristo. Sobre ele, o Pai, que é o dia sem princípio, faz resplandecer o sol da sua divindade. Ele mesmo é o dia que Salomão fala: “Fiz brilhar no céu uma luz que não se apaga” (Eclo 24,6). Assim como a noite não pode, absolutamente, suceder ao dia celeste, também as trevas dos pecados não podem suceder à justiça de Cristo.  O dia celeste brilha eternamente, e nenhuma obscuridade pode ofuscar o fulgor da sua luz.  Do mesmo modo, a Luz de Cristo resplandece e irradia a sua claridade e, sombra alguma de pecado poderá ofuscá-la, como diz o evangelista João: E a luz brilha nas trevas e as trevas não conseguiram dominá-la (Jo 1,5).

Portanto, irmãos, todos nós devemos alegrar-nos neste santo dia.  Ninguém se exclua desta alegria universal, apesar da consciência de seus pecados; ninguém se afaste das orações comuns, embora sinta o peso de suas culpas. Por mais pecador que seja, ninguém deve, neste dia, desesperar do perdão. Temos a nosso favor um valioso testemunho: se o ladrão arrependido alcançou o paraíso, por que não alcançaria, o cristão, a graça de ser perdoado?

“Por isso, Deus fixa novamente um dia que ele chama hoje, dizendo por meio de Davi, depois de muito tempo, o que lembramos mais acima: ‘Hoje, se vocês ouvem a voz dele, não fiquem de coração endurecido’” (Hb 4,7).

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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