Conselhos são, sempre, uma boa oportunidade de praticar o caminho da sabedoria com humildade e esperança porque, ninguém sabe tudo e, aliás, tudo o que sabe deve passar, constantemente, pelo crivo da dúvida para uma revisão permanente da verdade que deve subsistir no saber e no ensinar.
O livro dos provérbios nos oferece uma bonita reflexão sobre a urgente necessidade de uma vida iluminada pela sabedoria, para não crescermos distantes da verdade sobre nós mesmos.
Buscar a sabedoria é criar condições cotidianas para viver, crescendo o tempo todo no amor e na verdade.
O livro dos provérbios, creditado a Salomão, a quem cabe o elogio de preferir a sabedoria às riquezas, é um convite aberto para “para conhecer a sabedoria e a disciplina; para entender as sentenças profundas; para adquirir disciplina e sensatez, justiça, direito e retidão; para ensinar sagacidade aos ingênuos, conhecimento e reflexão aos jovens. Que o sábio escute e assim aumentará o seu saber, e o homem prudente adquirirá habilidade para entender provérbios e metáforas, as sentenças dos sábios e seus enigmas” (Pv 1,2-6).
Mas, é preciso que fique claro que a sabedoria não é mérito pessoal e nem prêmio pelos esforços de busca; antes, “o temor de Deus é o princípio do saber, porém os idiotas desprezam a sabedoria e a disciplina” (Pv 1,7).
O significado da sabedoria está presente na disciplina de quem a procura, desde a mais tenra idade, vivendo e aprendendo a resistir aos injustos, enfrentando a insídia dos maus, perseverando em meio as adversidades e levantando a cabeça em todas as quedas. Por isso, o autor sagrado assevera: “Meu filho, escute a disciplina de seu pai, e não despreze o ensinamento de sua mãe, porque serão para você uma coroa formosa na cabeça e um colar no pescoço. Meu filho, se os pecadores quiserem enganar você, não se deixe arrastar. Eles costumam dizer: ‘Venha conosco, vamos fazer emboscadas para matar, vamos cercar impunemente o inocente; nós os engoliremos vivos como faz a morte, inteiros, como aqueles que baixam à cova. Conseguiremos todo tipo de riquezas e encheremos nossa casa com as coisas roubadas. Participe do nosso grupo e faremos uma caixa comum’. Meu filho, não ande com gente desse tipo, nem ponha os pés no caminho deles, porque os pés deles correm para o mal, e eles se apressam para derramar sangue. Não adianta armar o alçapão, quando o passarinho está olhando. No fundo, suas armadilhas serão mortais para eles próprios que estão atentando contra si mesmos. Tal é o destino do ganancioso: a cobiça acaba com o cobiçoso” (Pr 1,8-19)
Embora a sabedoria venha da busca cotidiana e perseverante, quem dá a sabedoria a quem busca é Deus porque, Ele é a sabedoria.
“De fato, é Javé quem dá a sabedoria, e da sua boca vêm o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a sensatez para os retos. Ele é escudo para os que se comportam com integridade. Ele vigia as trilhas do direito, e guarda o caminho de seus fiéis. Então você entenderá a justiça e o direito, a retidão e todos os caminhos da felicidade. Porque a sabedoria virá ao seu coração, e você terá gosto no conhecimento. A reflexão guardará você, e o entendimento o protegerá, para livrá-lo do mau caminho e do homem que fala com perversidade; dos que abandonam o trilho certo para seguir caminhos tenebrosos; dos que se alegram com a prática do mal e se satisfazem com a perversidade; dos que seguem trilhas tortuosas e caminhos desviados” (Pr 2,6-15)
Buscar a sabedoria leva ao encontro pessoal com o próprio Deus e este é o ponto alto desta procura. Mas, a busca e o encontro com a sabedoria precisa do investimento pessoal cotidiano, para permanecer nela, vivendo dos seus valores, como diz o texto sagrado: “Conserve na memória os meus preceitos, porque eles trarão para você longos dias e muitos anos, e também vida e prosperidade. Que o amor e a fidelidade não abandonem você. Amarre-os ao redor do seu pescoço e escreva-os na tábua do seu coração. Assim você alcançará favor e aceitação diante de Deus e diante dos homens. (Pr 3.1-4).
Por: Pe Edivaldo Pereira dos Santos
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