Clima de Natal!

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Constantemente se ouve as pessoas comentando sobre os tempos e os momentos; sobre os acontecimentos; sobre as festas; sobre as celebrações… sobre o natal. Há poucos dias alguém me disse que este final de ano está estranho, que não está sentido clima de natal; que isto; que aquilo; que aquilo outro…

Eu juro que gostaria de saber e entender o que elas querem dizer quando falam ‘tem clima’ e ‘não tem clima’! Mais ainda! Eu gostaria de saber em que se baseiam quando fazem tais afirmações.

Todos nós sabemos que as festas e as celebrações religiosas não têm um fim em si mesmas. Quer dizer, não são festas por festas! Celebrações por celebrações. Estão sempre associadas com ALGO maior, experimentado de modo primordial, num fato histórico, numa ação de uma pessoa, num acontecimento familiar, num fenômeno da natureza… São como um sinal que indica algo para além de si; são como um ambiente, ou como um espaço de vivência de realidades que nos ultrapassam. É assim a Semana Santa, a Páscoa, o Natal…

A “roupagem cultural”, o adorno com o qual se reveste esses grandes acontecimentos da vida de fé, são importantes porque dizem respeito à realidade do homem que experimenta tudo isso; são dados de sua cultura em todos os lugares do mundo e em todos os tempos.

Apesar da importância dos elementos culturais, apesar da “roupagem”, não são absolutos, são detalhes. As festas e celebrações litúrgicas e religiosas (Semana Santa, a Páscoa, o Natal…) têm seus eixos, suas forças, seus fundamentos e sua mística. Por isso é que “falam alto e profundo” a todo homem em qualquer lugar.

O que põe raiz e confere valor e sentido ao que se celebra e festeja é a fé. Em primeiro lugar, a fé como algo objetivo: como aquilo que não depende de nós; se dá a nós; se comunica a nós; com algo que vem de Deus. E, em segundo lugar, como algo subjetivo: como aquilo que um determinado sujeito experimenta no seu tempo, nas suas circunstâncias, no seu lugar, com as pessoas que o cercam…

Pela fé garantimos a integridade, a verdade, a raiz, a força, a tradição e, mais do que tudo isso, a originalidade de tudo aquilo que abraçamos e, com isso, não permitimos o seu esvaziamento. A fé faz preservar a originalidade de tudo. E a razão é muito simples e profunda: a fé não é uma mera roupagem como é a cultura. A fé é o fundamento, é o espírito, é o sentido.  A fé não permite perder o clima.

Quando alguém diz que não sente o clima de natal é porque não está falando pela fé, mas pela cultura. Ora, alguns elementos da cultura que têm revestido as nossas festas e celebrações são mercantilistas (compra, venda, negócio, propaganda na mídia…).  Nossa sociedade está secularizada e, além disso, é extremamente materialista, capitaliza tudo, transforma tudo em potencial de lucro, mesmo se às custas da depreciação e do esvaziamento dos valores e sentidos da fé.

Estamos num tempo de baixas no setor comercial: falta dinheiro, a circulação de mercadorias é fraca, os negócios estão reduzidos. Por uma relação de contágio, como não há clima cultural e econômico para o natal, parece não haver clima de fé.

Não podemos nos conformar com essa depreciação! Precisamos reafirmar a fé para não vermos destruídos os valores, os fundamentos e sentidos de vida que nos fazem mais gente e mais cristãos.

Somos o resultado daquilo que acreditamos e professamos. Tudo passa, mas as marcas ficam!  É impossível não sentirmos, acima dos rumores políticos, econômicos, culturais e sociais, as fortes marcas profundas da fé cristã que comunicam presença de Deus.

O Natal está mais vivo do que nunca e seu clima só é perceptível pela fé.

Feliz Natal a todos!

 

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

 

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