As pessoas sensíveis têm acompanhado estarrecidas as notícias sobre a vida dramática dos imigrantes, que na luta pela sobrevivência, são submetidas às garras dos traficantes quem sem dó nem piedade as conduzem, quase sempre, para o trágico fim no fundo do mar.
Ao fugirem de seus países por causa das guerras, da intolerância religiosa, das dificuldades econômicas, essas pessoas não querem outra coisa a não ser o acolhimento, o respeito, o resgate da sua dignidade. O que encontram? Barreiras que são construídas como as cercas, os muros, as ideologias discriminatórias que não reconhecem a urgente necessidade que assola a vida de milhões de pessoas, que forçadas a deixarem seus países, querem apenas o aconchego nas chamadas nações ricas, que ao esbanjarem suas riquezas materiais, estão demonstrando a extrema pobreza humana quando não possibilitam a entrada daqueles que perderam tudo e anseiam por condições que lhes tragam o sentido da vida.
Cada dia somos informados das tragédias que se abatem na terra e no mar ceifando vidas de crianças, jovens, homens, mulheres, idosos, que acabam contabilizadas em números e pouco compromisso tem sido demonstrado na aceitação dos que são resgatados.
A imagem de uma criança síria encontrada morta numa praia tem se tornado o símbolo de uma tragédia que parece não ter fim. O grito dos inocentes clama aos céus por justiça, fraternidade, humanidade.
Impossível uma cena assim não tocar os insensíveis corações daqueles que detêm o poder, que no lugar de construírem cercas e muros, ousem estabelecer canais de humanidade onde a vida dos imigrantes possa passar e a dignidade pisoteada de todas as formas, possa ser restaurada.
O apelo do Papa Francisco na audiência geral do dia 17 de junho de 2015, resume o sentimento de todos aqueles que esperam uma solução imediata para uma crise que ganha cada dia proporções assustadoras.
“Encorajo o trabalho daqueles que têm prestado ajuda e desejo que a comunidade internacional aja de maneira unida e eficaz para prevenir as causas das migrações forçadas. Convido todos a pedirem perdão pelas pessoas e instituições que fecham a porta para esta gente que procura uma família, que procura proteção”. (Tradução livre do texto italiano – w2.vatican.va)
Por que gastar fortunas incalculáveis na construção de cercas e muros e não investir tais recursos na promoção da dignidade dos imigrantes?
Foto: http://g1.globo.com/
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Por José Rodrigues Neto