“Não nos deixemos perturbar por ninharias, que devemos desprezar e esquecer. Lembre-se, a vida é muito curta para sermos mesquinhos” (Dale Carnegie).
No casco de um grande navio havia um pequeno parafuso, minúsculo e insignificante, que Juntamente com outros, também pequenos e insignificantes como ele, ligava duas vigas de aço. Durante uma viagem no meio do Oceano Indico, o pequeno parafuso decidiu que era tempo de acabar com essa sua existência obscura e mal paga. Passados tantos anos nunca ninguém lhe tinha dito obrigado pelo que fazia. Disse então para consigo: “Vou-me embora! Está decidido!”
Os outros parafusos disseram: Se você vai embora, nós também iremos!
De fato, logo que o pequeno parafuso começou a mexer-se no seu buraco, também os outros começaram a movimentar-se. E cada vez mais. Os pregos que seguravam as tábuas do navio protestaram: “Assim também nós somos obrigados a deixar o nosso lugar…”
As vigas de aço gritaram: “Pelo amor de Deus, parem! Se ninguém nos segura vai ser uma grande tragédia!”
A intenção do pequeno parafuso de deixar o seu lugar, propagou-se de repente por todo o imenso casco do navio. Toda a estrutura, que antes enfrentava as ondas com tanta firmeza, começou a vacilar penosamente e a tremer. Foi então que todas as vigas, as ferragens, as tábuas e os parafusos, e, até os pequenos pregos decidiram mandar uma mensagem ao parafuso, para que renunciasse ao seu propósito. Disseram-lhe: “O barco vai afundar e, nenhum de nós voltará a ver a sua pátria.”
O pequeno parafuso sentiu-se orgulhoso com estas palavras e descobriu imediatamente que era muito mais importante do que pensava. E então mandou dizer a todos que permaneceria no seu lugar.
A história do pequeno parafuso não é estranha a nenhum de nós. Quantas vezes nós mesmos e, muitas outras pessoas desistimos de iniciativas valiosas, abandonamos sonhos incríveis ou sepultarem projetos maravilhosos porque, simplesmente, não fomos reconhecidos.
É claro que o reconhecimento das pessoas é um grande incentivo para seguirmos em frente. É bom saber que somos úteis. É bom, para o ego, quando ouvimos um elogio… Mas, fazer a nossa vocação e missão depender do reconhecimento dos outros, não parece ser um boa consciência. Pelo contrário, isso reflete uma vulnerabilidade existencial fruto de uma carência afetiva, de uma insegurança emocional, de uma baixa autoestima…
A boa consciência de um indivíduo é, antes de tudo, autoconsciente; quer dizer, consciente de si mesmo, como um ser no mundo, com todas as circunstâncias e implicações do ser e do fazer, do viver e do conviver.
O indivíduo autoconsciente é aquele que se conhece, se aceita, sabe que não é o único ser no mundo, percebe a diferença entre si e os outros, conhece suas aptidões, talentos e qualidades, respeita seus limites, fraquezas e incapacidades e, acima de tudo, vive o cotidiano na paz e na esperança, apesar de tudo e de todos.
Se alguém pretende a realização pessoal, em tudo aquilo que faz, precisa dar passos largos na direção da humildade. Por que? Porque a humildade redime qualquer pessoa da prisão das ninharias e da mesquinhez. Porque a humildade é a grande domadora dos excessos humanos. Porque a humildade faz crescer, de forma humana, no pouco e no muito, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença… com equilíbrio, constância e paz.
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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