Sempre e em toda parte vemos as marcas do Eterno Deus que nos modelou com as próprias mãos e soprou sobre nós o seu Hálito de Vida, o seu Espírito. Ele continua passeando entre nós, numa história de Deus Conosco, arrancando-nos do pecado e da morte, da violência e da opressão e devolvendo-nos para a festa da vida, celebrada cada dia como dom e tarefa.
Deus é Mistério que não se esconde. Antes, ele se revela e se dá a conhecer em toda e extensão do universo. Ele se faz morada e se deixa tocar porque, ele mesmo habita em nós e está ao alcance de cada um.
Sempre tomando a iniciativa ele desperta em nós o senso da busca apaixonada por seu amor e graça. E, se envolvidos por fugas e desatinos, quando nos colocamos a recordar a vida, facilmente o vemos em nossa história antiga e recente.
Embora Deus esteja presente, fazendo do mundo e de nós a sua própria casa, somos flagrados, diariamente, em nossos abismos e absurdos. Mas, em cada amanhecer, e em todas as horas consagradas à oração, o Senhor vem, ouvir e falar conosco sobre o mundo novo possível guardado nele e entregue a nós como vida e missão.
O profeta Isaías nos lança o desafio da memória ativa sobre o Deus vivo e presente na história, com marcas reais desta presença.
Vamos mergulhar no texto e fazer a memória em nossa própria história e reconhecer que se há distância entre nós e Deus, ela sempre foi promovida por nós mesmos.
“Vou lembrar as graças e as glórias de Javé, tudo o que ele fez em nosso favor. Ele é grande em bondade para com a casa de Israel. Ele nos tratou conforme a sua compaixão e com a imensidão do seu amor.
Ele disse: ‘De fato, eles são o meu povo, são filhos que jamais enganarão’.
Então ele se tornou o seu salvador em todas as suas aflições.
Quem os salvou não foi um enviado ou mensageiro, mas o próprio Javé: ele os resgatou com amor e compaixão, tomou-os e carregou-os em todos os dias do passado. Mas eles se revoltaram e aborreceram seu santo espírito. Então se tornou inimigo deles e contra eles se pôs em guerra.
Mas depois eles se lembraram dos tempos antigos, do seu servo Moisés.
Onde está aquele que fez sair das águas do Nilo o futuro pastor do seu rebanho?
Onde está aquele que colocou no seu povo o seu santo espírito?
Onde está aquele que permaneceu à direita de Moisés, guiando-o com seu braço glorioso?
Onde está aquele que abriu as águas diante do povo, ganhando um nome eterno? Que fez o povo andar entre as ondas como cavalo no campo?
Eles não tropeçaram como gado que desce para a planície: o espírito de Javé os guiava para o repouso. Assim guiaste o teu povo, para ganhares um nome glorioso.
Olha do céu e observa da tua morada santa e gloriosa: onde estão o teu ciúme e poder, o teu coração comovido e a tua compaixão? Não fiques insensível, porque tu és o nosso pai, pois Abraão não nos reconhece mais e Israel não se lembra de nós.
Javé, tu és o nosso pai. Teu nome é, desde sempre, Nosso Redentor.
Javé, por que nos deixas desviar de teus caminhos?
Por que fazes nosso coração endurecer e, assim, perdermos o teu temor?
Volta atrás, por amor dos teus servos e das tribos que são a tua herança. Por um momento nossos inimigos se apoderaram do teu povo santo e pisaram o teu santuário.
Estamos como outrora, quando ainda não nos governavas, quando sobre nós o teu nome nunca fora invocado. Quem dera rasgasses o céu para descer! Diante de ti as montanhas se derreteriam.”
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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