Chegando ao final de 2014, senti o desejo de estar escrevendo uma reflexão e de estar partilhando com você que ora tem o presente texto em suas mãos.
Pensei comigo mesmo: com que poderia comparar o Ano Novo – 2015? Veio-me essa ideia: bem que poderia compará-lo a uma folha em branco com tantas possibilidades à sua frente. Uma “folha em branco”, para ser bem usada, aproveitada ao máximo ou jogada fora, descartada.
É um novo ano que estamos para iniciar, estamos iniciando. Talvez, olhando para o ano que findamos, sejamos tentados a uma avaliação negativa das nossas ações; talvez sejamos marcados por uma certa parcela de esmorecimento… Certamente que também o sentimento de termos feito o bem está dentro do nosso coração: olhar para nós mesmos e agradecer a Deus por termos tido a coragem necessária de testemunhar o evangelho. De termos tido tantas ocasiões, possibilidades de reverenciar a nossa essência mediante o exercício bem; sim, porque para isso fomos criados: o exercício, a prática incansável do bem.
Ano novo: estamos diante de “uma folha em branco”. Deus, nos permitiu chegar até aqui e haverá de ajudar-nos a usar bem essa folha. E o “lápis, os pincéis”, são as nossas ações. Ações que irão deixar a mesma marcada pelo exercício cotidiano da caridade, do amor-serviço. Cheia dos contornos de uma alma que se encontrou com Jesus Cristo e quer testemunhá-Lo: não obstante as dificuldades existentes, os desafios impostos diante de um mundo que teima em entronizar o egoísmo, o hedonismo, o bel-prazer etc.
Ano novo: estamos diante de “uma folha em branco”. Não está caída no chão mas apoiada nas asas do Divino Espírito que irá, em todas as situações, assirtir-nos, porque o paráclito, o nosso defensor. Ele é o grande protagonista, o artífice por excelência, aquele que vai à nossa frente, nos precedendo e iluminando na nossa missão, assistindo-nos na realização dos nossos bons desejos e projetos. Concedendo-nos a sabedoria necessária para discernirmos entre o bem e o mal.
Ano novo: estamos diante de “uma folha em branco”. Diante dessa folha, o chamado a percebermos, a sentirmos, mesmo nos “traços” que não serão o resultado das nossas mãos: diante dos imprevistos, das situações difíceis, das decepções, das noites sem sono por causa de algum problema que surgiu – a presença amorosa de Deus, a sua graça benevolente: Que em tudo, em todas as situações possamos, bendizê-Lo, sentir a sua presença, render-Lhe graças.
E, lembrando Santa Teresa de Calcutá, poderíamos estar dizendo o seguinte: que no ano novo e ao longo de nossas vidas, não permitamos que as pessoas que encontrarmos saiam da nossa presença sem se sentirem melhores e mais felizes.
Votos de um Ano Novo pleno de graças e repleto de bênçãos!
Pe. Francisco Barbosa, Presbítero da Diocese de Oeiras, Pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Simplício Mendes-PI, Dezembro/2014.