Tudo é bom se ajuda a crescer. Tudo é válido se oferece direções. Tudo é bonito se comunica alegria. Tudo é bênção se nos aproxima de Deus. Mas, como saber quando tudo é bom, válido, bonito e bênção? Como saber que estamos no caminho da afirmação e não da negação? No meu entendimento, o melhor critério é a vida; o valor dado à vida.
Grita-se por paz, mas pouco faz-se para realizar a paz; fala-se em harmonia, mas pouco faz-se em vista do entendimento; clama-se por justiça, mas investe-se pouco na verdade; briga-se por pouca coisa, mas luta-se pouco por grandes ideais; sonha-se com o novo, mas empenha-se pouco pela utopia; busca-se muitos caminhos, mas dá-se poucos passos em vista da meta.
Todo mundo quer do bom e do melhor. Todo mundo quer qualidade de vida. Todo mundo quer aumentar, no máximo, os prazeres da vida, mas, sempre com o menor esforço; sempre de graça; sempre com baixo preço… Nossa vida vale muito mais do que temos apostado e querido. Por isso é preciso formar um ideal, estabelecer metas, organizar-se, caminhar, formar comunidade. Não basta iniciar o ano com um carro novo na garagem, com um computador de última geração, com o melhor aparelho de som da praça, com uma casa nova para morar, com uma viagem para o exterior…
Tudo isso é pó se consideramos que a nossa vida não vale coisas ou posses, vale uma história. Não qualquer história mas, uma História de Salvação; uma História de Filhos de Deus; uma História de homens-mulheres novos; uma História de Amor; uma História de Fé. Neste caso precisamos nos perguntar se a história atual que estamos vivendo tem valido a pena; se não é uma malfadada repetição de fracassos e decepções; se não é um engano; se não é uma prisão; se não é uma mentira; se não é um abismo…
Para não repetirmos os mesmos erros, não vivermos das mesmices, não inutilizarmos as forças que ainda restam, não frustrarmos as esperanças… precisamos fazer uma boa e séria REVISÃO DE VIDA pessoal, familiar, comunitária. Precisamos submeter a nossa vida a uma avaliação responsável e comprometedora. Caso contrário vamos continuar cantando: “neste ano quero paz no meu coração…”, mas fazendo muito pouco, sonhando minúsculo, lutando com arrogância, caminhando com preguiça, contagiando com o medo… o verdadeiro sonho de paz.
Vejamos o que nos diz a Palavra de Deus: “A vereda do justo é reta, tu aplainas a trilha do justo. Sim, Javé, na vereda de tuas sentenças esperamos em ti, a nossa alma suspira pelo teu nome e tua lembrança. Por ti suspira a minha alma a noite toda, no meu íntimo o meu espírito madruga por ti, pois sempre que tuas sentenças chegam à terra, os habitantes do mundo aprendem a justiça. Javé, tu nos governarás na paz, pois és tu quem realiza tudo o que fazemos. Javé, nosso Deus, outros senhores nos dominaram; nós, porém, só invocamos o teu nome. Fizeste a nação crescer, Javé, fizeste a nação crescer, e manifestaste a tua glória; alargaste as fronteiras do país. Javé, no aperto recorríamos a ti e gritávamos a ti no castigo com que nos corrigias. Como a mulher grávida na hora de dar à luz, contorcendo-se e gemendo nas dores do parto, assim nos encontrávamos, ó Javé, em tua presença. Nós engravidamos, chegamos às dores do parto, mas parimos vento. Não trouxemos salvação para o país, não nasceram novos habitantes para o mundo. Mas, os teus mortos hão de reviver e seus cadáveres se levantarão. Os que dormem no pó vão acordar e cantar, pois o teu orvalho é um orvalho de luz, e a terra das sombras dará à luz” (Isaías, 26,7-19).
A fonte de inspiração que nos ajudou viver o ano de 2022 não acaba no dia 31. A fonte continua! Sendo assim, que se mantenha o desejo de voltar à ela em 2023, ainda que por novos meios. Mudemos os meios mas, não a fonte. O nome da fonte ainda é Deus.
Feliz Ano Novo a todos!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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