A Paz esteja convosco!

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O Sábado Santo ou de Aleluia é reservado ao silêncio e à esperança amorosa da ressurreição. Enquanto o Senhor desce às profundezas da condição humana mortal e vence o poder da morte eterna, a Igreja espera, ansiosa e confiante, na certeza de que Ele vive e, em breve, ecoará por todo o universo o Aleluia pascal, a passagem de toda a criação para a vida nova, libertada e definitiva. A fé e a esperança revestem o coração humano de paz.

A paz é o dom que o Ressuscitado compartilha com os discípulos em forma de saudação: “a paz esteja convosco”. Não uma paz nascida do isolamento, do desinteresse e da alienação. Mas a paz conquistada por quem enfrentou e venceu a mais terrível e dolorosa luta e entregou a vida por amor. A paz que reveste o corpo chagado e glorioso do Ressuscitado com o manto branco da ressurreição, dom do Pai e ação do Espírito Santo.

A igreja silencia em união com o repouso do Senhor após a grande luta. O Mestre e seus discípulos e discípulas repousam, na expectativa de que a pedra do túmulo seja rolada e o céu inteiro ressoe Aleluia. O silêncio, o despojamento do altar e a abstenção da ceia eucarística estendem-se até o escurecer do Sábado, no momento em que brilhe nas primeiras trevas o fogo novo da ressurreição.

Onde, a prática do silêncio chega ao coração, não falta a luz do entendimento, celebrado como memorial da presença do Senhor, vivo e presente.

A Vigília Pascal é o rito mais longo do Ano Litúrgico e também mais importante por proclamar solenemente a ressurreição de Cristo, fundamento da fé. É oficiado após o escurecer do Sábado Santo, porque conforme a sagrada tradição judaica, ao anoitecer celebra-se o começo do dia seguinte. Portanto, na Vigília, já é proclamada a ressurreição do Senhor e, com Ele, toda Igreja passa da morte para a vida. Faz-se a renovação das promessas do batismo e a ceia eucarística, na qual o Irmão Ressuscitado reúne seus irmãos e irmãs na partilha do pão.

A Vigília começa com o acendimento do fogo novo. Quando houver possibilidade, o ideal é fazer uma fogueira. Caso contrário, acendem-se carvões, fora da igreja. O significado do fogo na Bíblia é a proximidade de Deus e sua comunicação com o ser humano. Deus chamou Moisés do meio da sarça ardente, no monte Sinai. No Evangelho, o próprio Jesus nos aconselha a estarmos em vigília, com tochas nas mãos, à espera da vinda do Senhor (cf. Lc 12,35). O Círio Pascal é aceso no fogo novo e entra na igreja escura. Simboliza a luz de Cristo ressuscitado que renova a criação e a liberta das trevas do pecado e da morte. A luz de Círio é espalhada pelas velas que os fiéis têm nas mãos, símbolos do batismo, pelo qual cada criatura renasce na luz de Deus.

A seguir, é feita a solene proclamação pascal que, narra em forma de versos, a ação libertadora de Deus, desde a páscoa do Egito, até a ressurreição de Cristo. A proclamação une a voz de toda a Igreja ao louvor que os anjos e os santos dirigem ao Senhor Glorioso no céu. A liturgia da Palavra faz memória da ação libertadora de Deus, que promete o Salvador e cumpre a promessa em Cristo Ressuscitado, o novo Adão, no qual todas as criaturas recebem vida nova. Em resposta à libertação oferecida por Cristo, a Igreja renova a aliança do batismo, cujo símbolo principal é a água.

Segue a celebração da Eucaristia, na qual todos os que foram libertados e recriados são chamados à mesa, como filhos e filhas de Deus e irmãos do Filho Primogênito que, ao abrir a porta do túmulo, franqueou para todos as portas da casa do Pai.

Desejo que, no silêncio da espera, a paz seja gestada como um broto da esperança desejada.

Uma páscoa de paz para você e sua família!

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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