A paz é fruto da justiça e compromisso de fé

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Convite é sempre algo muito valioso e, todo mundo gosta de receber um. Se possível personalizado, com o seu nome. Ai sim, a pessoa se sente importante e valorizada. Eu me lembro, quando era menino e, chegava um convite em casa, a gente logo queria saber, não quem mandava, mas, para quem era. Neste tempo, os convites eram familiares e, não individuais. Talvez, por questão de economia. Então, se chegava escrito: “Para o senhor Miguel e Família”, a gente se sentia dentro, convidados e loucos para saber se o papai ia mesmo. Porque, se ele fosse todos iam também. Mas, se chegava algum convite, somente com o nome do meu pai, a decepção era certa porque, nem ele e nem ninguém ia.

Convite é coisa sagrada!

Geralmente, quem convida quer uma resposta positiva do convidado. E, é claro, por delicadeza, se não pode ir, deve, pelo menos, dar uma satisfação. Pronto! Quando isso é feito resolve bem a história. Mas, ai do convite esquecido ou não respondido. Soa como desvalorização de quem mandou. E existem mil histórias de ressentimentos por convites não respondidos.

Isso é só uma pequena motivação para um convite especial do Papa Francisco, por ocasião do dia 1º de Janeiro, dia mundial da paz. É provável que, nem todo mundo tenha tido acesso a este seu convite. Por isso, faço questão de colocar o papa diante de você com um trecho da sua carta. Eu considero um convite irrecusável!

“O meu convite”, diz o papa:

A construção da paz por meio da não-violência ativa é um elemento necessário e coerente com os esforços contínuos da Igreja para limitar o uso da força através das normas morais, mediante a sua participação nos trabalhos das instituições internacionais e graças à competente contribuição de muitos cristãos para a elaboração da legislação a todos os níveis. O próprio Jesus nos oferece um «manual» desta estratégia de construção da paz no chamado Sermão da Montanha. As oito Bem-aventuranças (cf. Mateus 5,3-10) traçam o perfil da pessoa que podemos definir feliz, boa e autêntica. Felizes os mansos – diz Jesus –, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça.

Este é um programa e um desafio também para os líderes políticos e religiosos, para os responsáveis das instituições internacionais e os dirigentes das empresas e dos meios de comunicação social de todo o mundo: aplicar as Bem-aventuranças na forma como exercem as suas responsabilidades. É um desafio a construir a sociedade, a comunidade ou a empresa de que são responsáveis com o estilo dos obreiros da paz; a dar provas de misericórdia, recusando-se a descartar as pessoas, danificar o meio ambiente e querer vencer a todo o custo. Isto requer a disponibilidade para «suportar o conflito, resolvê-lo e transformá-lo no elo de ligação de um novo processo». Agir desta forma significa escolher a solidariedade como estilo para fazer a história e construir a amizade social. A não-violência ativa é uma forma de mostrar que a unidade é, verdadeiramente, mais forte e fecunda do que o conflito. No mundo, tudo está intimamente ligado. Claro, é possível que as diferenças gerem atritos: enfrentemo-los de forma construtiva e não-violenta, de modo que «as tensões e os opostos [possam] alcançar uma unidade multifacetada que gera nova vida», conservando «as preciosas potencialidades das polaridades em contraste».

Asseguro que a Igreja Católica acompanhará toda a tentativa de construir a paz inclusive através da não-violência ativa e criativa. No dia 1 de janeiro de 2017, nasce o novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que ajudará a Igreja a promover, de modo cada vez mais eficaz, «os bens incomensuráveis da justiça, da paz e da salvaguarda da criação» e da solicitude pelos migrantes, «os necessitados, os doentes e os excluídos, os marginalizados e as vítimas dos conflitos armados e das catástrofes naturais, os reclusos, os desempregados e as vítimas de toda e qualquer forma de escravidão e de tortura». Toda a ação nesta linha, ainda que modesta, contribui para construir um mundo livre da violência, o primeiro passo para a justiça e a paz.

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira Dos Santos

Foto: Google

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