Você está se preparando para a páscoa?
Se você respondeu sim, reveja os seus motivos e motivações! Se você respondeu não, considere esta necessidade!
Nem pelo coelho e nem pelo chocolate; nem pelo feriado, nem pela folga; nem pela comida, nem pela bebida; nem pelo banquete, nem pela festa… Por nada disso. A Páscoa é pelo Cristo! Sim! Pelo Cristo.
A páscoa é a festa do Cristo Ressuscitado. A maior festa cristã. Não pelo tamanho, mas, pelo sentido: pela páscoa a Igreja nasceu, se constituiu, cresceu, tomou forma e se fez missão. Pela páscoa Cristo vive! Nós vivemos! Você vive! Eu vivo!
A páscoa é o fundamento da fé.
Rezei e, agora, quero compartilhar com você um belíssimo texto do livro sobre o Espírito Santo de São Basílio Magno, bispo – século IV, no fragmento: ‘Há uma só morte que resgata o mundo e uma só ressurreição dos mortos’.
“O desígnio de nosso Deus e Salvador em relação ao homem consiste em levantá-lo de sua queda e fazê-lo voltar, do estado de inimizade ocasionado por sua desobediência, à intimidade divina. A vinda de Cristo na carne, os exemplos de sua vida apresentados pelo Evangelho, a paixão, a cruz, o sepultamento e a ressurreição não tiveram outro fim senão salvar o homem, para que, imitando a Cristo, ele recuperasse a primitiva adoção filial. Portanto, para atingir a perfeição, é necessário imitar a Cristo, não só nos exemplos de mansidão, humildade e paciência que ele nos deu durante a sua vida, mas também imitá-lo em sua morte, como diz São Paulo, o imitador de Cristo: ‘Tornando-me semelhante a ele na sua morte, para ver se alcanço a ressurreição, dentre os mortos’ (Fl 3,10).
Mas como poderemos assemelhar-nos a Cristo em sua morte?
Sepultando-nos com ele por meio do batismo.
Em que consiste este sepultamento e qual é o fruto dessa imitação?
Em primeiro lugar, é preciso romper com a vida passada. Mas ninguém pode conseguir isto se não nascer de novo, conforme a palavra do Senhor, porque o renascimento, como a própria palavra indica, é o começo de uma vida nova. Por isso, antes de começar esta vida nova, é preciso pôr fim à antiga. Assim como, no estádio, os que chegam ao fim da primeira parte da corrida, costumam fazer uma pequena pausa e descansar um pouco, antes de iniciar o retorno, do mesmo modo, era necessário que nesta mudança de vida interviesse a morte, pondo fim ao passado para começa um novo caminho.
E como imitar a Cristo na sua descida à mansão dos mortos?
Imitando no batismo o seu sepultamento. Porque os corpos dos batizados ficam, de certo modo, sepultados nas águas. O batismo simboliza, pois, a deposição das obras da carne, segundo as palavras do Apóstolo: ‘Vós também recebestes uma circuncisão, não feita por mão humana, mas uma circuncisão que é de Cristo, pela qual renunciais
ao corpo perecível. Com Cristo fostes sepultados no batismo’ (Cl 2,11-12).
Ora, o batismo, por assim dizer, lava a alma das manchas contraídas por causa das tendências carnais, conforme está escrito: ‘Lavai-me e mais branco do que a neve ficarei” (SI 50,9). Por isso, reconhecemos um só batismo de salvação, já que é uma só a morte que resgata o mundo e uma só a ressurreição dos mortos, das quais o batismo é
figura” (São Basílio Magno).
A páscoa acontece na vida de todos, como graça de Deus. Mas, na vida de quem a busca torna-se missão e serviço.
Portanto, ‘deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra em nós. Corramos com perseverança na corrida, mantendo os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé. Em troca da alegria que lhe era proposta, ele se submeteu à cruz, desprezando a vergonha, e se assentou à direita do trono de Deus. Para que vocês
não se cansem e não percam o ânimo, pensem atentamente em Jesus, que suportou contra si tão grande hostilidade por parte dos pecadores. Por isso, levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos enfraquecidos. Endireitem os caminhos por onde terão que passar, a fim de que o aleijado não manque, mas seja curado’ (Hebreus 12,1- 3.12-13).
Feliz páscoa para você! Este é o dia que o Senhor fez para nós!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
Foto: Google