A luz nossa de cada dia

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Que a luz não seja necessária, somente, por causa da escuridão no mundo; seja esta luz vinda do sol, dos astros, das estrelas, da lâmpada, do lampião, da vela, da lamparina ou de qualquer outro meio. Que seja, sempre, bem vinda a luz que afugenta a escuridão. Embora a luz tenha um poder fundamental, imprescindível e inquestionável sobre as trevas, fora de nós, na imensidão do mundo, ela precisa ser desejada como fator de iluminação interior, no vasto e recôndito mundo interior de cada um de nós.

Para quem tem algo a esconder, a luz é, sempre, indesejada porque, diante da luz, nada fica oculto; tudo se revela. Toda a luz vem de Deus. Aliás, a primeira grande obra da criação foi a luz. “Deus disse: ‘Que exista a luz’ e a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz Deus chamou ‘dia’, e às trevas chamou ‘noite’” (Gn 1,3-5).

Desde a criação, Deus nos chama a viver sob a luz que, ele mesmo criou e, na luz que ele mesmo é e, se revela na história.

Deus cuida do seu povo com um poder iluminado pela justiça.

Quando olhamos para história da formação do povo de Deus, entre tantas situações complexas, nos defrontamos com o surgimento da monarquia, contra a vontade de Deus porque, o poder engendra muitas distorções, disputas, aparências e males. Deus, então, move Samuel (um dos últimos juízes de Israel) na direção de Davi (rei que segue a justiça e não despreza os pobres) para ser governante ‘segundo o Seu coração.

Conforme o mandato divino, Samuel busca reconhecer, entre vários irmãos, qual seria o escolhido para governar o povo. Após analisar os sete filhos de Jessé, Samuel declara que nenhum deles havia sido chamado por Deus. O menor deles, ausente por estar cuidando do rebanho, é o eleito. Deus não se deixa conduzir pelas aparências. Ele conhece o coração de cada pessoa e, por isso, chama os que se encontram em último lugar para realizar o seu plano na história (1Sm 16,1b.6-7.10-13a).

Nestes termos se reconhece o poder que emana de Deus e se exerce, segundo o seu coração.

Jesus é a luz do mundo.

Jesus entra no mundo como luz e assim é identificado: como luz do mundo. No Evangelho de João Jo 9,1-41, a cura do cego de nascença que, é um dos sete sinais, promove a compreensão sobre a identidade e missão de Jesus: incidir luz onde está escuro, abrir os olhos e fazer enxergar.

A cegueira era considerada um castigo divino, seja pelos pecados da pessoa, seja pelos de seus antepassados. Um dos agravantes muito sérios para o cego era o seu impedimento de ler a Sagrada Escritura e estudar a Lei, sendo, por isso, considerado um ignorante da vontade de Deus.

Jesus cura o cego de nascença e, junto com a recuperação da vista, recebe de Jesus o dom da fé e torna-se seu discípulo.

Somos chamados a viver como filhos da luz.

Encontramos, nos escritos de São Paulo, um manifesto desejo de que as comunidades vivam uma nova vida, em Cristo. Na carta aos efésios (Ef 5,8-14), Paulo chama a atenção do povo para que vivam no caminho do amor: “vivam no amor, assim como Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós” (Ef 5,2). O amor é a luz dos que se aproximaram de Jesus porque, ilumina a vida (interior) e o caminho (exterior).

Paulo é claro e assertivo quanto à opção de vida sob a luz de Cristo: “Outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Por isso, comportem-se como filhos da luz. O fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade. Saibam discernir o que é agradável ao Senhor. Não participem das obras estéreis das trevas; pelo contrário, denunciem tais obras. É por isso que se diz: ‘Desperte, você que está dormindo. Levante-se dentre os mortos, e Cristo o iluminará’” (Ef 5,8-11.14).

Como cristãos, Cristo é a luz nossa de cada dia.

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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