A retidão não é, simplesmente, o ideal de uma sociedade de paz, mas a sua força ética e moral. De tal forma que, a grande prerrogativa da retidão é a sinceridade. Onde existe sinceridade, não aparece e não cresce a ambiguidade. Porque a ambiguidade é uma forma de depravação humana.
Os parentes próximos da ambiguidade são a duplicidade e a hipocrisia.
Por ambiguidade entende-se: o que se pode tomar em mais de um sentido; equívoco; indefinido; impreciso; incerto. Por duplicidade e hipocrisia se entende: duplo; fingido; confuso.
Tanto num, quanto no outro caso, as relações interpessoais ficam marcadas pela desconfiança, pelo cinismo, pela ironia e pela insinceridade.
Toda ambiguidade leva a uma sucessão de desacordos, desequilíbrios e inconciliações afetando, diretamente, a verdade das coisas e da vida: a inteireza dos atos e das atitudes, a solidez das decisões e das escolhas, a beleza da flor e do mimo, a profundidade do carinho e do afeto, a gratuidade dos gestos e palavras, enfim, a grandeza da existência e do convívio.
A medida da Sagrada Escritura é a seguinte:
Seja verdadeiro: “Diga apenas ‘sim’, quando é ‘sim’; e ‘não’, quando é ‘não’. O que você disser além disso, vem do Maligno” (Mateus 5,37).
Seja autêntico: “Conheço sua conduta: você não é frio nem quente. Quem dera que fosse frio ou quente! Porque é morno, nem frio nem quente, estou para vomitar você da minha boca” (Apocalipse 3,15-16).
Mas, deixa estar que, Jesus tem uma posição bem clara e definida a esse respeito. Tendo que enfrentar os líderes religiosos do seu tempo que, sustentam um sistema formalista e hipócrita da religião e dos costumes, Ele nos dá luzes e esperança quanto à nossa própria conversão. Só precisamos acolher os pontos que, denunciam alguma situação de nossa ambiguidade. É bom acolher as indicações do mestre porque a ambiguidade é como túmulo: enterra a gente vivo; caímos no descrédito; ficamos isolados; morremos para os outros…
Diz o Senhor, aos doutores da Lei, aos fariseus e, em certo sentido, onde servir a carapuça, a nós:
“Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês exploram as viúvas, e roubam suas casas e, para disfarçar, fazem longas orações! Por isso, vocês vão receber uma condenação mais severa.
Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês percorrem o mar e a terra para converter alguém, e quando conseguem, o tornam merecedor do inferno duas vezes mais do que vocês.
Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês pagam o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixam de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês deveriam praticar isso, sem deixar aquilo. Guias cegos! Vocês coam um mosquito, mas engolem um camelo.
Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês limpam o copo e o prato por fora, mas por dentro vocês estão cheios de desejos de roubo e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o copo por dentro, e assim o lado de fora também ficará limpo.
Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e podridão! Assim também vocês: por fora, parecem justos diante dos outros, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e injustiça.
Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês constroem sepulcros para os profetas, e enfeitam os túmulos dos justos, e dizem: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices na morte dos profetas’. Com isso, vocês confessam que são filhos daqueles que mataram os profetas” (Mateus 23,14-31).
Hoje, seremos verdadeiros e autênticos e isso será a garantia de uma vida ilibada e sem mancha diante de nós mesmos, de Deus e dos homens.
Caminhemos de cabeça erguida!
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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