Não nos deixemos levar pela mesmice das notícias!

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Os Meios de Comunicação Social parecem tender para a mesmice quando encharca suas páginas e telas das mesmas coisas, todos os dias, com a suposta justificativa de que está informando quando, na verdade, estão repetindo o velho esquema sensacionalista de quem quer vender sensações. É verdade que assuntos como a segurança pública, a violência, o banditismo, o PCC e outros mais são importantes e devem ser discutidos e debatidos mas, fora dos oportunismos e longe da exaustão. Para que ninguém tenha que dizer: “não aguento mais ouvir falar disso!”

De tempos em tempos, precisamos voltar a assuntos que foram esquecidos ou que estão sendo pouco discutidos. E, por falar nisso, trago à baila a questão do estatuto dos idosos.

A discussão sobre o estatuto do idoso ou sobre qualquer assunto nesta esfera se mostra indispensável quando consideramos que todos nós envelhecemos e que, dar atenção para os idosos hoje é preparar o próprio futuro.

O envelhecimento não é algo estranho à nossa natureza, entretanto, o relativamente rápido envelhecimento do país, alerta-nos para essa realidade com um novo olhar. As ciências da saúde avançam, permitindo que as pessoas vivam mais tempo e em melhores disposições. Entretanto, a redução drástica da taxa de natalidade diminui a proporção entre os mais jovens e idosos. A estatística desloca-se lentamente para os cabelos brancos.

Diante desta realidade tão evidente, a Igreja dedicou uma Campanha da Fraternidade inteira à reflexão, aos estudos e a ações sociais em prol dos idosos. Foi em 2003. O tema da Campanha da Fraternidade foi “a fraternidade e a pessoa idosa” e o lema: “Vida, dignidade e esperança”.

Depois da Campanha da Fraternidade aconteceram uma série de conquistas importantes, em vista da vida, dignidade e esperança do idoso.

O Estatuto do idoso foi uma das grandes consequências sociais provocadas pela Campanha da Fraternidade, votado no mesmo ano, no dia 21 de agosto. O Estatuto trouxe vários avanços para a implementação de outras tantas iniciativas, conquistas e direitos.

Passados treze anos da assinatura do estatuto nos perguntamos o que, ainda, impede a aplicação completa da lei? Quais são mesmo as dificuldades?

Penso que a aplicabilidade da lei, entre muitas coisas, depende da estreita ligação e correspondência entre lei e consciência. Onde não existe um certo nível de consciência, não há lei que sobreviva. Elas caminham juntas.

Mas, a questão de fundo é cultural. Essa lei permite e até mesmo exige que se desenvolva um processo cultural no país de valorização das pessoas idosas. Seria muito frutuoso se nas escolas, as crianças, que, aliás, têm enorme sensibilidade para com o “vô” e a “vó”, fossem ainda mais educadas para reconhecer a história cristalizada nas faces rugosas dos velhinhos.

Outra grande conquista ancorada na Campanha da Fraternidade é a Pastoral da Pessoa Idosa que, na verdade, é filha da Pastoral da Criança. “Como assim?” Você poderia me perguntar! Olha como são as coisas. Em 1993, um encontro casual entre a doutora Zilda Arns e o geriatra João Batista Lima Filho, no aeroporto de Londrina, que durou várias horas, devido à espera necessária por causa do mau tempo, resultou na ideia de um trabalho conjunto em favor das pessoas idosas. E, assim com outras iniciativas e articulações, nasceu a Pastoral da Pessoa Idosa. Que bonito! Quando a coisa é de Deus, basta um diálogo de amor num encontro de fé e, tudo acontece.

Mas continua o desafio profético da luta por vida, dignidade e esperança em favor da pessoa idosa. Pois cuidar da pessoa idosa é garantir a melhor expressão da cultura, dos valores e da moral. Não nos esqueçamos que, na tradição bíblica, o povo de Israel conheceu e reproduziu a cultura dos sábios. E, praticamente todo o depósito desta cultura vinha dos mais velhos. No alto de sua idade os mais velhos se servem do tempo e das experiências que encantam e ensinam as gerações jovens.

 

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google

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