A 16ª Romaria da Terra e da Água no Piauí foi promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) NE 4 através da sua Comissão Regional para a Ação Sociotransformadora em parceria com a Diocese de Bom Jesus do Gurgueia. Esta edição buscou chamar a atenção da sociedade em geral e dos governos, principalmente, para a urgência dos impactos socioambientais gerados pelo avanço do Agronegócio no Sul do Piauí.

Os bispos do Piauí participaram do evento, juntamente com autoridades públicas do Município de Bom Jesus do Gurgueia e do Estado do Piauí, além de representações de diversos órgãos e entidades comprometidos com a causa do meio ambiente. As principais motivações da romaria foram os 10 anos da Encíclica Laudato-Si, na qual o Papa Francisco aborda a problemática ecológica e social e faz um apelo para os cuidados com a nossa casa comum, e a Campanha da Fraternidade 2025, que neste ano tem como tema Fraternidade e Ecologia Integral. 

O coordenador da Cáritas Regional, Hidelbrando Pires destacou que o Sul do Piauí enfrenta graves problemas, entre eles o desmatamento, a degradação do solo e a contaminação dos rios. Ele reforça que todas essas questões acontecem num momento em que a conjuntura do país segue ampliando as desigualdades: 

“Além de todos os problemas envolvendo a devastação da natureza, onde as leis ambientais se tornam cada vez mais flexíveis, esta romaria se compromete em lutar por mais justiça social, para fazer valer os direitos daqueles segmentos considerados mais vulneráveis como quilombolas, indígenas, ribeirinhos e povos tradicionais, entre outros. Nesse sentido, a 16ª Romaria da Terra e da Água acontece como um ato reivindicatório em favor dos mais pobres, pelo cuidado com a nossa casa comum e a favor da vida em sua integralidade.”, disse. 

Para Dom Marcos Tavoni, bispo de Bom Jesus do Gurgueia, defender o meio ambiente é missão de todo cristão leigo. Ele reiterou que a romaria é um grito coletivo em favor da vida, dos pobres e da criação: “Sim, irmãos romeiros e romeiras, como discípulos e missionários devemos estar conscientes da nossa missão de leigos e leigas engajados com o cuidado com a nossa casa comum, sem perder a essência e a centralidade da nossa fé.”, falou.

Dom Marcos fez ainda alusão às palavras do Papa Leão XIV, mencionando a Encíclica Laudato-Si do Papa Francisco: “O nosso saudoso Papa Francisco nos chamou a renovar o diálogo sobre como estamos construindo o futuro do planeta, unindo-nos na busca por um desenvolvimento sustentável e integral, e comprometendo-nos a proteger a casa comum que Deus nos confiou”, disse.

Além dos debates sobre diversos temas sociais, a romaria também contou com espaços e momentos para celebrações como a Santa Missa e adoração ao Santíssimo Sacramento. O bispo referencial para a Ação Sociotransformadora e bispo de Picos, dom Plínio Luz, explicou que a romaria da terra e da água, ao propor dignidade e justiça social, antecipa o Reino de Deus entre os mais pobres: “Queremos com mais esta edição buscar confortar os corações, principalmente dos mais necessitados e suplicar ao Senhor que anime e encoraje o nosso povo, numa grande manifestação de fé, resistência e esperança por um mundo mais justo e sem opressões”, disse. 

Ao término da celebração da Santa Missa de encerramento da romaria, Dom Marcos Tavoni entregou a cruz peregrina para o bispo da Diocese de Floriano, Dom Júlio César Souza de Jesus. A diocese vai receber a 17ª edição da Romaria da Terra e da Água em julho de 2028. Na ocasião, o Regional Nordeste 4, vai celebrar o jubileu de 40 anos da primeira Romaria da Terra e da Água no Piauí.

Fotos: Geirlys Silva

FONTE:  https://cnbbne4.org.br/16a-romaria-da-terra-e-da-agua-no-piaui-reforca-compromisso-coletivo-com-a-ecologia-integral/