O dia da mentira é desnecessário porque é uma obviedade ululante… uma redundância inútil… um pleonasmo vicioso…

Quem precisa de um dia da mentira se ela invadiu, desavergonhadamente, o nosso cotidiano com as sutilezas e os descaramentos mais atrozes?

Nossos dias tem sido eivados de mentira. Mentiras de todo tamanho, de toda cor, de todo sabor, de todo valor, de toda forma, de toda classe, de todo poder aquisitivo, de toda classe social, de todo credo, de toda cultura, de toda tendência política, de toda inclinação, de toda opção.

Mentiras! Um mundo de mentiras é o nosso! Uma vida de faz de contas, pode estar sendo a nossa! E então?

Necessário mesmo seria o dia da verdade!

Dia em que pudéssemos contemplar a nossa verdadeira essência e natureza! Dia do autoexame, da revisão de vida, do ‘mea culpa’ e do basta!

O pai da mentira é o diabo, conforme diz o próprio Jesus: “O pai de vocês é o diabo, e vocês querem realizar o desejo do pai de vocês. Desde o começo ele é assassino, e nunca esteve com a verdade, porque nele não existe verdade. Quando ele fala mentira, fala do que é dele, porque ele é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44).

Desta afirmação de Jesus decorre o seguinte:

A constatação dramática: “Somente um sopro são os homens comuns e apenas mentira os homens importantes: se subissem no prato da balança, juntos seriam menos que um sopro” (Sl 62,10). “O justo detesta a mentira, mas o injusto calunia e difama” (Pr 13,5). “Quem diz a verdade proclama a justiça; a testemunha falsa proclama a mentira” (Pr 12,17).

Os conselhos: “Abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros” (Ef 4,25). “Rejeitem qualquer maldade, toda mentira, todas as formas de hipocrisia e inveja e toda maledicência” (1Pd 2,1).

Os pedidos a Deus: “Afasta de mim a falsidade e a mentira. Não me dês riqueza, nem pobreza. Concede-me apenas o meu pedaço de pão” (Pr 30,8). “Detesto e abomino a mentira, e amo a tua vontade” (Sl 119,163).

Sobre si mesmo, entretanto, Jesus revela: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6).

Desta verdade decorre o seguinte:

A promessa: “Quando vier o Espírito da verdade, Ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer” (Jo 16,13). “Por sua própria iniciativa, ele nos gerou por meio da palavra da verdade, para que nos tornássemos as primeiras dentre as suas criaturas” (Tg 1,18).

Os conselhos: “Por isso, abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros” (Ef 4,25). “O fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade” (Ef 5,9). Estejam, portanto, bem firmes: cingidos com o cinturão da verdade, vestidos com a couraça da justiça” (Ef 6,14). “Procure apresentar-se a Deus como homem digno de aprovação, como trabalhador que não tem do que se envergonhar e que distribui com retidão a palavra da verdade” (2Tm 2,15). “Mas, se vocês têm no coração ciúme amargo e espírito de rivalidade, não fiquem se gabando e não mintam contra a verdade” (Tg 3,14). “Pela obediência à verdade vocês se purificaram, a fim de praticar um amor fraterno sem hipocrisia. Com ardor e de coração sincero amem-se uns aos outros” (1Pd 1,22)

O pedido a Deus: “Ensina-me o teu caminho, Javé, e caminharei segundo a tua verdade. Conserva íntegro o meu coração no temor do teu nome” (Sl 86,11).

Dia da mentira para quê?

Chega de mentiras! Que nosso cotidiano esteja voltado para a verdade!

Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos

Foto: Google