Amedrontados com tudo e, com todos, ficamos inseguros em relação à duração e a durabilidade das coisas. Por isso, não nos entregamos por inteiro naquilo que fazemos e queremos. Tudo fica pela metade e, quem sabe, muito superficial, sem sentido e vazio. É, portanto, nos esgota.
Bom mesmo é vencer o medo e abraçar a vida numa relação de alegria, amor e confiança. Porque, esses, são elementos essenciais para uma vida completa, feliz e cheia de perspectiva. Essa é, na verdade, a esperança do evangelho!
A palavra que define a vida no roteiro da esperança do evangelho é ENTUSIASMO.
Mas, o que é mesmo entusiasmo?
Segundo afirma Albuquerque (2009, p 128) a etimologia da palavra vem do grego: Entusiasmo (do grego en + theos, literalmente ‘em Deus’) originalmente significava inspiração divina ou estar tomado pela presença de Deus. Atualmente segundo o dicionário Michaellis (moderno dicionário da língua portuguesa), pode ser entendido como um estado de grande euforia e alegria, refletindo em uma consequente coragem.
O entusiasmo pode portanto ser considerado como um estado de espírito otimista. Mas o entusiasmo é diferente do otimismo. Otimismo significa acreditar que uma coisa vai dar certo. Talvez até torcer para que ela dê certo. Muita gente confunde otimismo com entusiasmo. Um otimista tem pensamento positivo e acredita que uma coisa vai dar certo. Um entusiasta é aquela pessoa que acredita na sua capacidade de transformar as coisas, de fazer dar certo. Entusiasmada é a pessoa que acredita em si. Acredita nos outros. Acredita na força que as pessoas têm de transformar o seu próprio mundo e a sua própria realidade.
Maria é a grande entusiasta do Evangelho.
Na tradição da Igreja, a “arca da Aliança” é Maria, pois ela carregou no seu próprio seio a Palavra encarnada do Pai. Se Maria é a arca, Jesus é, o “Templo” no qual Deus habita e é encontrado. Nesse “Templo” não há o véu que esconde o rosto de Deus, pois Ele é a imagem do Deus invisível (Cl 1,15). Estando diante dele, se está diante de Deus (cf. Jo 14,9).
No evangelho de Lucas 1,26-38, quando dialoga com o anjo, Maria mostra o que é viver com esperança: ela se deixa encher por Deus, fazendo-se sua morada.
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria.
O anjo entrou onde ela estava, e disse: ‘Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!’ Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. O anjo disse: ‘Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.’ Maria perguntou ao anjo: ‘Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?’ O anjo respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. Para Deus nada é impossível.’
Maria disse: ‘Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.’ E o anjo a deixou.”
O Advento nos permite um itinerário de fé que vale a pena: viver alegre, com entusiasmo e, sem medo.
Por: Pe. Edivaldo Pereira dos Santos
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