Ascensão do Senhor: É o tempo da Igreja: e a Igreja somos nós

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Celebramos hoje a vitória de Cristo. A Sua ascensão significa também a nossa elevação. Ele elevou-se ao céu para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade. Jesus foi glorificado e junto do Pai é nosso eterno mediador. Assim sendo, somos chamados a elevarmos os nossos louvores ao Pai porque, em seu Filho glorificado, nossa natureza humana já participa de sua glória.
Na liturgia de hoje é possível aprender que o homem não pode pretender saber tudo e entender cada coisa. Nas relações com Deus a última palavra se chama fé, abandono, obediência. Naqueles quarenta dias em que o Cristo Ressuscitado esteve com os Apóstolos, estes lhe fizeram uma pergunta, que em diversas versões, retornará na vida da Igreja: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?” (At 1,6). Em outras palavras: “Quando farás ver a Tua onipotência punindo os malvados e premiando os justos?”. Por trás desta pergunta tem a impaciência que todos conhecemos, que á a pressa de fechar a história e de fazer as contas; tem também o medo do futuro.
Jesus não responde à pergunta, mas convida os apóstolos a não esquecerem que o último passo da razão é reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a superam. Eis as suas palavras: “Não vos cabe saber os tempos e os momentos que o Pai determinou com a sua própria autoridade” (At 1,7). Ou seja: cada um no seu lugar. O calendário do mundo somente Deus o conhece.
De que coisa devemos então nos preocupar? Eis a resposta: “Recebereis o poder do Espírito Santo, quando descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas, em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria e até os confins da terra” (At 1,8).
A Ascensão faz decolar o tempo da Igreja. Esta é nossa hora, a hora da Igreja. O tempo e os anos são dons de Deus, para viver a nossa vocação, para difundir a Boa Notícia, para fazer o mundo conhecer Cristo. Disso devemos nos preocupar. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). É o mandamento preciso que define a nossa missão. Mas nós entendemos que a fé nos chama a esta responsabilidade? Nos sentimos convidados por Jesus? Quantas vezes nos assemelhamos a pessoas que esperam a intervenção de Deus, enquanto Deus, na verdade, espera a nossa resposta!
“Homens da Galiléia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu?” (At 1,11). É como dizer: “Será que não entendestes que é chegada a vossa hora? Que é iniciada a hora do vosso empenho e do vosso compromisso?” Somos chamados a tomar consciência de nossa missão e cantarmos motivando uns aos outros:
Agora é tempo de ser Igreja/ Caminhar juntos, participar
Agora é tempo de ser Igreja/ Caminhar juntos, participar
Somos povo escolhido /E na fronte assinalados
Com o nome do senhor/ Que caminha ao nosso lado

Somos povo em missão/ Já é tempo de partir
É o senhor quem nos envia/ Em seu nome a servir
Somos povo, esperança/ Vamos juntos planejar
Ser igreja a serviço/ E a fé testemunhar
Somos povo a caminho/ Construindo em mutirão
Nova terra, novo reino/ De fraterna comunhão

Dom Edilson Soares Nobre
Bispo Diocesano de Oeiras

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